segunda-feira, 3 de novembro de 2014

INVISÍVEIS : NEGROS NAS MEMÓRIAS DOS BRANCOS.








Os fazendeiros não viam eles...Eles passavam e ninguém via.
Seu Julião
           
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

            A comunicação Os invisíveis:  negros nas memórias dos brancos faz parte do projeto Brancos e Pretos na Serra ,da Universidade de Caxias do Sul  e que se propõe analisar as relações entre  imigrantes e escravos no período compreendido entre 1824 e 1889 . Os objetivos da presente comunicação é a busca do entendimento que levou os negros a serem esquecidos  na história regional Durante muitos anos os negros estiveram ausentes das pesquisas realizadas pela história regional ,  a sua  invisibilidade parece ser o motivo   desta ausência. O termo invisibilidade social é um conceito que foi criado para designar as pessoas que ficam invisíveis socialmente, seja por preconceito ou indiferença. Esse conceito é bastante amplo, abarcando os vários fatores que levam a uma invisibilidade, tais como sociais, estéticos, econômicos, históricos entre outros. Segundo Houiass  a invisibilidade é “qualidade, condição, atributo do que é invisível, do que não apresenta visibilidade”, ou seja, daquilo que não é visto, o surgimento da palavra data de 1679,o que indica que antes o termo e  seu significado não eram conhecidos
           
            A invisibilidade social decorre do estigma e do preconceito. O fenômeno estudado pela sociologia, pela psicologia social e pela filosofia, trata de como os indivíduos  da classe dominada se tornam invisíveis (e de certa forma transparentes) para indivíduos  da classe social dominante ou  de outro grupo estabelecido no poder . Autores das três áreas acreditam que o fenômeno seja recente, ou seja, um fenômeno pós-moderno Segundo tal ponto de vista a invisibilidade social seria  um fenômeno decorrente da contemporaneidade, mais especificamente do século XX.   Para as pessoas que são vitimas de tal ação, sentem-se agredidas e humilhadas.Muitas vezes não se trata de um minoria , muitas vezes os invisíveis constituem a maioria da população, como os escravos outrora e as mulheres em todo o decorrer da história ,a invisibilidade agride e humilha àqueles que sofrem com ela. Ela pode acarretar diversos problemas, como depressão, distúrbios e doenças psíquicas e uma espécie de insegurança que o tempo custa a apagar. (bullying.p://www.overmundo.com.br/overblog/invisibilidade-social-outra-forma-de-preconceito)
            Ao que tudo indica a invisibilidade não é fato novo, na verdade ele se faz presente nos relatos de viagens e em   memórias do século XIX .O que parece indicar que a invisibilidade é mais antiga do que parece, sendo também existente em outros tempos.  Há uma série de trabalhos que tratam do tema invisibilidade cuja análise não cabe nos limites aqui propostos. Os relatos de viajantes e cientistas, em geral estrangeiros, ao chegar ao Brasil   revelam que eles viram o escravo , inclusive   alguns entenderam seu papel na sociedade escravista seu papel na sociedade,  mas apesar de existente é nomeado. O que significa que o para eles o escravo é inominado,ou seja  “que não recebeu nome ou cujo nome não se conhece”.(Segundo Houaiss seu surgimento data de 1585).
     Aquele que não tem nome não existe, e, portanto não tem nem pode ter identidade. Na língua portuguesa até os animais tem nome.Mas em relação aos escravos,sua identidade é  negada possibilitando sua invisibilidade, essa também é construída.
  Há vários fatores que contribuem para a invisibilidade como : sociais, econômicos e até estéticos.Mas de forma geral são culturais. Os resultados da invisibilidade são nefastos. Para Gachet(apud Porto)  a invisibilidade pode levar a processos depressivos, de abandono e de aceitação da condição de ‘ninguém’, mas também pode levar a mobilização e organização da minoria discriminada. Para ele o preconceito que gera invisibilidade se estende a tudo o que está fora dos padrões de vida das classes hierarquicamente superiores. Muitos são os indivíduos que sofrem com a invisibilidade social, como por exemplo, profissionais do sexo, pedintes, usuários de drogas, trabalhadores rurais, portadores de necessidades especiais e homossexuais O estudo da identidade de um grupo ou de uma pessoa deveria ter inicio com as representações sociais que são utilizadas para caracterizar o grupo social ou classe no qual a pessoa ou grupo de pessoas está inserido. .(Internet)

   A 'representação social’ pode ser entendida como uma categoria construída dentro de um grupo social em determinado tempo sobre determinada pessoa ou grupo. È enfim a construção de um estereótipo que identifica uma organização social ou uma pessoa dentro dessa organização. Por exemplo, na região as prostitutas durante muitos anos eram conhecidas como ‘mulheres de vida fácil’ ou seja, pessoas desobrigadas do trabalho familiar e da reprodução maciça e continua de filhos que era característica da sociedade patriarcal. Em outras palavras, a representação resulta do senso comum e da ideologia de um grupo.    Da mesma maneira que a classe dos dominadores constrói suas representações sociais sobre os dominados, essa também as constrói. Como destaca Bourdieu:
As diferentes classes e frações de classes estão envolvidas numa luta propriamente simbólica para imporem a definição do mundo social mais conforme aos seus interessas, e imporem o campo das tomadas de posições ideológicas reproduzindo em forma transfigurada o campo das posições sociais.(BORDIEU 1989,p..11)
Assim no campo das representações estão presentes as disputas pela hegemonia social de um dos dois campos. Assim é possível acompanhara as contradições podem ser acompanhadas  na tanto no discurso dos dominadores como na lembrança dos dominados,e assim  entender   como se processou a  quebra de  identidade dos escravos  enquanto grupo e enquanto indivíduo.
De certa maneira a representação social retraça a perda de identidade e, portanto a da invisibilidade. Ao que tudo indica esse parece ser o caminho para entender  a invisibilidade  dos escravos no discurso dos dominadores no século XIX.

O LADO INVERSO

A perda de identidade tem inicio da ausência da individualidade.Para  reconhecer a identidade dos escravos seria necessária sua própria voz.  Como essa  ficou pouco ou nada  registrada,dela  só se pode encontrar  rastros nas memórias de seus  descendentes (RIOS ,MATTOS,2005)  e nos processos judiciais como  os estudados   por Oliveira(2006) e por Graham(2005). A escravização dos africanos não resultou apenas a perda da liberdade ,mas também   do processo da perda  da voz e assim de sua da identidade  e da sua  consequente  invisibilidade.

           
Segundo Laing,(1986,p.90)  “a primeira identidade social da pessoa lhe é conferida pelos demais. Aprendemos a ser quem nos dizem que somos” .São os pais que dão o nome aos seus filhos e mal comparando são os donos que retiram os nomes ao lhe dar dão seus  novos nomes de escravos. Ao serem tratados como coisa (mercadoria) os escravos aos poucos passam a se considerarem como tal. A identidade nesse caso pode ser que entendida  como uma construção  ação política,que resulta de uma ideologia e de um patrimônio cultural comum.
Tratando de outro tipo de invisibilidade Costa  (2004) ao  analisar os moradores de rua em São Paulo  afirma

 O estigma dissolve a identidade do outro e a substitui pelo retrato estereotipado e a classificação que lhe impomos. Esta imposição é feita, de acordo com Norbert Elias, pelo grupo estabelecido, o outro acima,que naturalizou a ação invisibilisadora sofrida.” (Internet)

Em relação ao tema  Bourdieu(1989, p115 )ressalta que  a revolta contra ele  quando assumido ‘começa pela reivindicação pública do estigma,constituído assim em emblema ‘,citando como exemplo o paradigma black is beutifull,nos Estados Unidos , e que no Brasil se corporifica em organizações como a  dos quilombolas, Palmares ou a luta pela vantagens  que indicam o próprio estigma como o das cota parte na universidades.
   Por meio  dos relatos indiretos recolhidos dos descendentes e nos processos  é possível concluir que a perda de identidade segue passos em direção à invisibilidade social  como:  a perda da língua,  a dissolução da família,  da idade,dos nome de origem   e do lugar.
  1. A PERDA DA LÍNGUA   

            Os africanos trazidos para o Brasil como escravos falavam várias línguas ,a maioria de línguas de origem banto. Sob a designação  de bantos ou de angolas,  reuniu-se grande  variedade de línguas e de  etnias .Nessa primeira classificação se esconde já a unificação do escravo,primeiro sob a categoria de negro e não de africano e depois na de um só grupo étnico,com a retirada da identidade de origem.  Falavam os africano escravos usavam  três línguas principais: o quicongo, quimbundo e umbundo. O quimbundo era falado na primitiva nação angolana formado pelos dialetos de Luanda e de Ambaca. 
A cultura dos afros descendentes  do Brasil ,constitui  uma mescla das antigas culturas de tribos africanas,  com forte influência das culturas  lusa e muçulmana. A cultura lusa se estendia ao continente africano por meio das conquistas Os costumes das antigas tribos  estão representados em muitas das palavras que fazem parte do  falar cotidiano, nas  quais  a oralidade dominava .Por outro lado  a cultura muçulmana está presente nos povos  chamados  de  Malês ,que em geral eram alfabetizados .As tribos africanas eram marcadas pela oralidade, alias como as demais organizações tribais primevas,  o que possibilitou a conservação  de muitas de histórias,  lendas e mitos, presentes até hoje  na cultura dos afro descendentes  brasileiro na memória da população que teve seus antepassados  escravizados. Inúmeros são os exemplos  recolhidos no livro Memórias do cativeiro (RIOS E MATTOS,2005)
As memória de  Benedita, em 1987,  sobre seus antepassados trata de uma  questão fundamental:
     Meus bisavós vieram de Moçambique .Contam que ficavam entre eles,conversando a língua deles,quando o senhor via que eles estavam conversando na língua africana, gritava! Não era  para falar mais,Tiveram que perder a língua à força ,não era para falar mais ,então falavam escondido .Quando queriam conversar na língua deles conversavam escondido. Diz que ficavam olhando assim: senhor, olha o senhor lá. (RIOS ,MATTOS,2005p.68)

 Charles Melmann na obra Imigração incidências subjetivas das mudançasde língua e país  destaca a importância essencial da língua para o imigrante do século XIX . Explica que  que ao trocar sua língua materna pela língua do mestre(colonizador) essa se torna a  se torna a  língua do escravo. Ao adotar a língua do outro não consegue “vivê-la em sua dimensão simbólica” ((MELMANN,1992,p.106) adotando para sempre a dimensão simbólica do outro do de tal forma que não haveria saída possível  “Assim,de certa forma  não  haveria saída possível pela histeria produzida pela imigração.”(idem p.99) Esse processo de criação de”histéricos experimentais” de ocorre um processo de 'loucura'(ver melhor) O mesmo processo passaram os imigrantes forçados que eram os escravos africanos,impossibilitados que ficaram de de ligar o real ao simbólico.
O escravo ao perder a língua e ao adotar a língua do outro, recalca sua língua materna ,interditando a fonte primeira de sua cultura. Ao mesmo tempo que perdia a língua materna tornava-se ladino e como tal mais valioso que os que não falavam o português.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         

2.A PERDA DO NOME
             Além do uso da língua o escravo perdeu seu nome de origem mais uma forma de supressão da sua cultura original. Dando origem a  uma nova forma cultural  de ser para os afros descendentes , menos  explicita e  mais implícita. Da nova cultura faz parte a miscigenação forçada durante o período do cativeiro, quando a escrava era submetida ao poder o senhor sem direito à escolha do parceiro para reprodução Segundo Porto
A pessoa que não tem nome não tem  existe, e portanto não tem  identidade. Há vários fatores que podem contribuir para que essa invisibilidade ocorra: sociais, culturais, econômicos e estéticos. De acordo com psicólogo Samuel Gachet a invisibilidade pode levar a processos depressivos, de abandono e de aceitação da condição de “ninguém”, mas também pode levar a mobilização e organização da minoria discriminada.(Internet) )PORTO) I

   Se pela supressão do nome o africano  deixaria de existir e em seu lugar o sem  nome se torna  escravo,  o ser livre deixa de existir em seu lugar vive o ser sem liberdade.  A perda do nome é parte do processo de perda de identidade ,como o da perda da  idade "os escravos não sabiam a idade.'(p78) eram 'tratados como animais( e não como humanos”(RIOS E MATTOS ,2005, p82)
Lembra Pedro Prudente ,em 1987 :
 escravo que nascesse na propriedade deles levava o sobrenome deles,só, era mais para constar que era uma propriedade deles. Era mesmo como um animal .(...) Então meu nome é Prudente .os meus avós e minhas avós eram negros,eu estou com 73 anos,ela morreu com 94 anos, ela levava o nome de Lucrécia Bruno de Arruda,calcule, negra africana.(RIOS ,MATTOS,2005p.691-92)

           
            O exemplo de Pedro ,que leva o sobrenome de Prudente  nome de um dos  maiores proprietários  de escravos do Estado de São Paulo, a sua avó registrada no exemplo levava o sobrenome Arruda outro de grande proprietário paulista.  Se os sobrenomes eram recebidos dos donos como marca de propriedade, já os nomes dados às crianças   batizadas  após 1870, na paróquia de Nossa Senhora das Oliveiras de Vacaria  parecem  uma forma de deboche, chegando  as raias da   ironia.  Alguns dos batizandos negros levam o nome de  de Albino ,de  Clara, de Vitória  outro de  Fortunato. No livro de registro de batismo dos anos de 1870 a 1874 na  paróquia de São Francisco de Cima da Serra ocorreram 168 batizados ,os nomes das crianças filhas de escravos são iguais aos nomes dos filhos de seus senhores. Os nomes  são variados a  maioria deles são  de santos ou dos senhores  da mãe da criança,  entre eles os mais numerosos são :Francisco ,Manoel  e João entre os homens e Maria , Eva e Teresa entre as mulheres. Alguns nomes são tão  belos como os melhores utilizados por Machado de Assis em seus romances como Valentina, Roberta ,Paula ,Narcisa entre outros. Não há nenhum prenome ou nome africano, no final  do século XIX haviam sido esquecidos os prenomes africanos e assimilados os portugueses.
Oliveira  relata o processo de liberdade de Manoel Congo ,chegado ao Brasil após 1850 e aprisionado e levado ao cativeiro pelo major Paula de São Francisco de Cima da Serra.Ao conseguir provar que havia sido escravizado de forma ilegal passa a ser identificado como Manoel Paula sendo assim substituiu
 “a designação étnica que recebera como elemento de identificação pelo sobrenome de seu antigo senhor de São Leopoldo , o Capitão José Joaquim de Paula.Manoel construía assim  uma nova identidade para avida em liberdade,uma identificação que o afastava do estigma do cativeiro e remetia à sua nova condição de 'africano livre'.
(OLIVEIRA ,2006,p.123 )


            O uso do sobrenome do antigo dono foi escolha dele, provando que o nome Congo  pois “carecia de significado para o africano”,sendo ao que tudo indica uma identidade inventada(idem p.124).Tal posição parece reafirmar a questão da perda da relação do simbólico com o real, apontada por Mellmann.


3. DE QUILOM,BOS À CAIPORAS

 Os escravos que viviam nos quilombos eram considerados como bichos do mato, perigosos e horrendos, e com o correr dos tempos passaram a ser apontados pelo nome genérico de caipora o que constitui a mais completa forma de  desenraizamento . Para Houaiss o caipora é ” entidade fantástica da mitologia tupi, muito difundida na crença popular, talvez derivada da crença no curupira, (...)   dele se dizendo que aterroriza as pessoas e é capaz de trazer má sorte e mesmo causar a morte. “
            As fugas era a forma mais comum de busca da liberdade ,mas ao mesmo tempo acarretava castigos violentos por parte dos senhores, até com a morte . A vida para os que viviam no mato era tão ou mais difícil do que a da vida na escravidão da fazenda .Pois
Os negros do mato -quase tão estrangeiros e ameaçadores como os africanos-diferentemente destes não conseguiam levar a melhor sobre a crueldade dos senhores,na visão dos nossos narradores.(RIOS E MATTOS ,2005, p.82)

Nas memórias dos descendentes a fuga era o caminho para a tortura, mais cruel . Em outras palavras não havia fuga possível. Os que conseguiram fugir ficaram em tal condição que não tinham nem  noticias do que  acontecia no mundo  urbano.Esses eram os caiporas.  “Chamava caipora esses pessoas que estavam escondidas no mato não sabendo que o cativeiro já tinha acabado. Tinham muitos caiproas no mato(idem p.84) Os que

5. fim de laços familiares (p.90) um vendido ´para cada lado.
Miscegenação. Os filhos dela eram do fazendeiro (p.101)
Os negros deixaram forte marca na cultura gaúcha palavras como: balaio,bambu, fandango, moleque são africanas  de origem e cerca de 20% do vocabulário sul Não é intenção desse trabalho fazer um estudo antropológico da presença da religião afro-rio grandense na região da Serra gaúcha ,mas de demonstrar que sua presença é tão forte quanto em outras regiões do Brasil onde a presença negra é maior do que aqui.  a abolição tinham crenças diversas, em geral  os negros já haviam nascido no Sul,eram pouquíssimos os provenientes da África..
Como observa Parè: embora a diversidade dos  grupos étnicos e as inúmeras perseguições sofridas , a prática religiosa candomblé ,conhecido como Nação no Sul do país (...) conseguiu permanecer  albergando ,nos dias de hoje os demais credos ,inclusive o vodum ,funcionando como uma pequena célula de organização social. .Ou seja a religião serviu para manter a africanidade entre os escravos e seus descendentes .
 (PORTO,Juliana 


     O que significa que o grupo que domina a sociedade tornou 'natural ' e, portanto, aceitável não ver o outro que não pertence ao grupo que domina o 'establishment '  não  reconhece  aqueles indivíduos  que   pertencem  a um  grupo estranho(outsider) ao  do poder
  INVISIBILIDADE SOCIAL E A CULTURA DO CONSUMO
Visibilidadew sosial o jogo dramático entre visibilidade einvvisibilidade dos atores sociais.enatep,ufsc
jornal socioilógico.blogspot. Fernando Braga Costa(2004) tese de psicologia social varreu as ruas de São Paulo.
Estigmatizar alguém é uma violência simbólica  tão grande que, segundo Soares, é como esta a acusando de existir, simplesmente porque não se encaixa na “normalidade” (o anormal não merece ser
3 Termo usado por José Domingues...
4
h
Juliana Porto
Segundo Laing, “a primeira identidade social da pessoa lhe é conferida pelos demais. Aprendemos a ser quem nos dizem que somos” (LAING, 1986: p.90). Dessa forma, se somos o que consumimos, nossa identidade é moldada por meras questões mercadológicas. A exemplo extremo disso, os presidiários, mesmo vivendo em condições subumanas nasprecárias instalações das casas de detenção, não abrem mão de exibir seus tênis importados de última geração, buscando, a qualquer custo, identificação com o público-alvo original do produto.
GUATTARI, Félix e ROLNIK, Suely. (1986) Micropolítica: cartografias do desejo.
Petrópolis, Vozes.
LAING, Ronald D. (1986) Identidade Complementar. In: O Eu e os Outros - O
Relacionamento Interpessoal. Petrópolis: Vozes.
Departamento de Artes e DesignPUC Rio DE Janeiro 

Anais do II Seminário Nacional
Movimentos Sociais, Participação e Democracia
25 a 27 de abril de 2007, UFSC, Florianópolis, Brasil
Da invisibilidade para a existência coletiva: Redefinindo fronteiras étnicas e territoriais mediados pela construção da identidade coletiva de Povos
Faxinalenses.
ROBERTOMARTINS
explicar as ações que advêm de outros campos, tais como o político e, fundamentalmente, o cultural. O que ocorre é uma subjugação desses campos ao domínio do econômico, matando o que existe de inovador: o retorno e a recriação do ator/sujeito social, a possibilidade de mudança a partir da ação do indivíduo ou coletivo, independente dos condicionamentos das estruturas. Ainda que sem o foco central no debate sobre a identidade étnica, MELUCCI, um dos expoentes da abordagem dos novos movimentos sociais na Europa na década de 80, busca a releitura das teorias da ação coletiva por meio da análise psicossocial – microssocial -desconsiderando a lógica instrumental analítica dos funcionalistas para explicar o processo desconstrução de identidade coletiva. Recusa-se, também, a ver os movimentos sociais como simples respostas as crises econômicas - análises marxistas ortodoxas - ou como meros efeitos de desvios e marginalidades – abordagem funcionalista
MELUCCI, A. A Invenção do Presente – Movimentos sociais nas sociedades complexas.
Petropolis, RJ. Ed. Vozes, 2001.
GOHN, M. G. Teoria dos Movimentos Sociais – Paradigmas Clássicos
Contemporâneos. Ed. Loyola, 4a Edição. São Paulo, Brasil, 2004
Psicologia & Sociedade
Print version ISSN 0102-7182
Psicol. Soc. vol.16 no.2 Porto Alegre May/Aug. 2004
doi: 10.1590/S0102-71822004000200007 
Quem vocês pensam que (elas) são? - Representações sobre as pessoas em situação de rua*

Who do you think they are? - Representations about homeless people


Ricardo Mendes Mattos; Ricardo Franklin Ferreira
Universidade São Marcos
Assim, a proposição aqui discutida é clara: as representações sociais sobre as pessoas em situação de rua reforçam a construção de identidades articuladas com valores negativamente afirmados. Neste caso específico, as representações sociais podem ser consideradas ideológicas, pois re-produzem e cristalizam relações concretas de dominação (OLIVEIRA e WERBA, 2002). Em contrapartida, consideramos que as mesmas representações contêm em si o germe de sua superação, podendo servir como referências para o ingresso das pessoas em situação de rua no campo da reivindicação pelos seus direitos, constituindo, por conseguinte, identidades mais críticas e autônomas.
REFERÊNCIAS
ANDERY, A. A. Trabalhos em comunidade: seu significado para a produção de novos conhecimentos científicos. Psicologia, Ciência e Profissão, São Paulo, vol. 1, n. 4, p. 30-33, 1984.         [ Links ]
BAPTISTA, M. T. Identidade profissional: questões atuais. In: DUNKER, C. I. L.; PASSOS, M. C. (Orgs.). Uma psicologia que se interroga: ensaios. São Paulo: Edicon, 2002. p. 145-154.         [ Links ]
BARBOSA, J.; PAULINO, S. Identidade perdida: memórias de um morador de rua. São Paulo: Legnar, 2003.         [ Links ]
BERGER, P. & LUCKMANN, T. A construção social da realidade. Petrópolis: Vozes, 1985.         [ Links ]
BUARQUE, C. Olhar a (da) rua. In: BURSZTYN, M. (Org.). No meio da rua: nômades excluídos e viradores. Rio de Janeiro: Garamond, 2000. p. 7-10.         [ Links ]
BURSZTYN, M. Da pobreza à miséria, da miséria à exclusão: o caso das populações de rua In: BURSZTYN, M. (Org.). No meio da rua: nômades excluídos e viradores. Rio de Janeiro: Garamond, 2000. p. 27-54.         [ Links ]
CIAMPA, A.C. A identidade social e suas relações com a ideologia. 1977. 147 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.         [ Links ]
CIAMPA, A. C. A estória do Severino e a história da Severina: um ensaio de Psicologia Social. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1990.         [ Links ]
COSTA, A. P. & MAGALHÃES, P. S. Com a palavra, a imagem: moradores em situação de rua e o movimento dos sem-terra. (Trabalho de Conclusão de Curso em Comunicação Social) São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi, 2002.         [ Links ]
DI FLORA, M. C. Mendigos: porque surgem, por onde circulam, como são tratados? Petrópolis: Vozes, 1987.         [ Links ]
DOMINGUES JR., P. L. População de rua, cooperativa e construção de uma "cidadania" (um estudo de caso sobre a COOPAMARE - Cooperativa dos Catadores Autônomos de Papel, Aparas e Materiais Reaproveitáveis Ltda.). 158 f. 1998. Dissertação (Mestrado em Administração) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.         [ Links ]
ESCOREL, S. Vivendo de teimosos: moradores de rua da cidade do Rio de Janeiro In: BURSZTYN, M. (Org.) No meio da rua: nômades excluídos e viradores. Rio de Janeiro: Garamond, 2000, p. 139-171.         [ Links ]
ENRIQUEZ, E. Perda do trabalho, perda da identidade. In: NABUCO. M. R. & CARVALHO NETO, A. (Orgs.). Relações de trabalho contemporâneas. Belo Horizonte: IRT (Instituto de Relações do Trabalho) da PUC/MG, 1999. p. 69-83.         [ Links ]
FURTADO, O. & GOLZÁLEZ REY, F. L. (Orgs.). Por uma epistemologia da subjetividade: um debate entre a teoria sócio histórica e a teoria das representações sociais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.         [ Links ]
GUARESCHI, P. A. A ideologia: um terreno minado. Psicologia e Sociedade, São Paulo, vol. 8, n. 2, p. 82-94, 1996.         [ Links ]
GUARESCHI, P. A. Pressupostos psicossociais da exclusão: competitividade e culpabilização. In: SAWAIA, B. (Org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis: Vozes, 1999. p.141-156.         [ Links ]
GUARESCHI, P. A. Relações comunitárias, relações de dominação. In CAMPOS, R. H. F. (Org.). Psicologia social comunitária: da solidariedade à autonomia. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 81-100.         Links ]
GUARESCHI, P. A. Ideologia. In: JACQUES, M. G. C. et al. (Orgs.). Psicologia social contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 89-103.         [ Links ]
HAYASHIDA, E. A economia solidária como alternativa à situação de rua. 2003. 35 f. Iniciação Científica (Serviço Social), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.         [ Links ]
JACQUES, M. G. C. Identidade e trabalho: uma articulação indispensável. In: TAMOYO, A.; BORGES-ANDRADE, J. E. & CODO, W. (Orgs.). Trabalho, organizações e cultura. São Paulo: Cooperativa de Autores Associados, s.d. p. 41-47.        [ Links ]
JODELET, D. As representações sociais. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2001.         [ Links ]
JORNAL "O TRECHEIRO: notícias do povo da rua". Ano X, n° 98, junho/2002.         [ Links ]
JORNAL "O TRECHEIRO: notícias do povo da rua". Ano XII n° 105, fevereiro/2003.         [ Links ]
JORNAL "O TRECHEIRO: notícias do povo da rua". Ano XII n° 108, maio/2003.         [ Links ]
LANE, S. T. M. & BOCK, A. M. B. ABRAPSO - uma história da Psicologia Social enquanto práxis. In: JACÓ-VILELA, A. M.; ROCHA, M. L. & MANCEBO, D. (Orgs.) Psicologia Social: relatos na América Latina. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003, p. 145-155.         [ Links ]
MAGNI, C.T. Nomadismo urbano: uma etnografia sobre os moradores de rua em Porto Alegre. 1994. 198 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.         [ Links ]
MATTOS, R. M. Processo de constituição da identidade do indivíduo em situação de rua: da rualização a sedentarização. 2003. 186 f. (Iniciação Científica). Universidade São Marcos; FAPESP, São Paulo.         [ Links ]
MATTOS, R. M.; CASTANHO, M. I. S. & FERREIRA, R. F. Contribuição de Vygotsky ao conceito de identidade: uma leitura da autobiografia de Esmeralda. Estudos e Pesquisas em Psicologia, ano 3, n. 1, p. 119-138, 2003.         [ Links ]
MATTOS, R.M.; TUCCI, Cléver e convidados. A situação de rua por ela mesma: relatos de sobreviventes. Semana de Psicologia da Universidade São Marcos, São Paulo, 2003. mimeo.         [ Links ]
MOSCOVICI, S. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.         [ Links ]
MOSCOVICI, S. Representações sociais. Investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes, 2003.         [ Links ]
NASCIMENTO, E. P. Juventude: novo alvo da exclusão social. In: BURSZTYN, M. (Org.). No meio da rua: nômades excluídos e viradores. Rio de Janeiro: Garamond, 2000. p. 121-138.         [ Links ]
NASSER, A.C. A. Sair para o mundo: trabalho, família e lazer: relação e representação na vida dos excluídos. 1996. 250 f. Tese (Doutorado em Sociologia) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo.         [ Links ]
OLIVEIRA, F.O. & WERBA, G. C. Representações Sociais. In: JACQUES, M. G. C. et al. (Orgs.). Psicologia social contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 104-117.         [ Links ]
ORTIZ, E.C. Esmeralda, por que não dancei. São Paulo: SENAC, 2001.         [ Links ]
REVISTA BOCA DE RUA. Ano I, n° 0, dez./2000.         [ Links ]
REVISTA BOCA DE RUA. Ano I, n° 1, abril 2001.         [ Links ]
REVISTA BOCA DE RUA. Ano I, n° 2, julho 2001.         [ Links ]
REVISTA BOCA DE RUA. Ano I, n° 3, out/2001.         [ Links ]
SAWAIA, B. O sofrimento ético-político como categoria de análise da dialética exclusão/inclusão. In: SAWAIA, B. (Org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis: Vozes, 1999. p.97-118.         [ Links ]
SHIMABUKURO, P. A cooperação como alternativa à situação de rua: análise da experiência do MST. 2003. 37 f. Iniciação Científica (Serviço Social), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2003.         [ Links ]
SNOW, D. & ANDERSON, L. Desafortunados: um estudo sobre o povo da rua. Petrópolis: Vozes, 1998.         [ Links ]
SPOSATI, A. Comentário sobre as formas de atuação com a população de rua. In: ROSA, C. M. M. (Org.). População de rua: Brasil-Canadá. São Paulo: Hucitec, 1995. p. 85-90.         [ Links ]
STOFFELS, M. G. Os mendigos na cidade de São Paulo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.         [ Links ]
TOSTA, T. L. D. Memória das ruas, memórias da exclusão. In: BURSZTYN, M. (Org.). No meio da rua: nômades excluídos e viradores. Rio de Janeiro: Garamond, 2000. p. 201-229.         [ Links ]
VIEIRA, M. A. C.; BEZERRA, E. M. R.; ROSA, C. M. M. População de Rua: quem é, como vive, como é vista. São Paulo: Hucitec, 1992.         [ Links ]
ZALUAR, A. Comentários dos assessores sobre o perfil da população de rua. In: ROSA, C. M. M. (Org.). População de rua: Brasil-Canadá. São Paulo: Hucitec, 1995. p. 53-61.         [ Links ]
Invisibilidade social:o outro lado do preconceito
Existem diversos fatores que contribuem para que a invisibilidade social ocorra: histórico, cultural, social, religioso, econômico, estético etc. É o que acontece, por exemplo, quando um mendigo é ignorado de tal forma que passa a ser apenas mais um objeto na paisagem urbana

Fonte:
http://www.webartigos.com/articles/31904/1/Invisibilidade-social-a-outra-face-do-preconceito/pagina1.html#ixzz0yYjsETnB

 Esse sistema de segregação social foi estudado e vivenciado pelo psicólogo da USP Fernando Braga da Costa, que passou por uma experiência inusitada ao encarnar o papel de gari em defesa de sua tese de doutorado intitulada "Garis – um estudo de psicologia sobre invisibilidade pública" (COSTA:2004). Ele observou durante sua experiência que atos cotidianoscomo olhar, reconhecer e cumprimentar as pessoas, são visivelmente ignorados. O psicólogo descobriu que muitas vezes os trabalhadores são tratados de forma pior do que um animal doméstico, que, pelo menos é chamado pelo nome. Até com seus professores e colegas não foi reconhecido. Ou seja, a pessoa comum, no Brasil perde sua identidade, fica sem rosto. Inclusive sua tese serviu de inspiração para o personagem da atriz Camila Pitanga da rede globo que interpretou o papel de faxineira. A atriz vivenciou a dolorida experiênciade ser invisível socialmente.

Fonte:
http://www.webartigos.com/articles/31904/1/Invisibilidade-social-a-outra-face-do-preconceito/pagina1.html#ixzz0yYjSvf00


COSTA, Fernando Braga da. "Homens invisíveis" – retratos de uma humilhação social" . Ed. Globo, 2004.

Fonte:
http://www.webartigos.com/articles/31904/1/Invisibilidade-social-a-outra-face-do-preconceito/pagina1.html#ixzz0yYk8NtKI

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-71822004000200007&script=sci_arttext&tlng=es

 LANGEDONCK,Madame van.Uma colônia no Brasil. Tradução de Paula Berinson Santa Cruz do Sul. Unisc ,2002

p.39 pararam no estabelecimento em São Sebastião na casa comercial do Major Guimarães onde
“Durante ainda dez dias ocupamos dois grandes quartos das lojas onde fomos,alías,perfeitamente servidos por negros para os quais esperavam compradores “
O que leva a inferir que nas casas do vale dos Sinos eram vendidos  entre outras mercadorias escravos.
A casa comercial era administrada pelo irmão do major cuja esposa era proprietária  de uma escrava chamada Flora ,que aprendeu as lides domésticas ,era ótima cozinheira e perfeita cozinheira era mãe de uma menina ( sem nome )” de tal forma  medonha que eu não poderia acreditar que fosse uma criança”(p.40) ,mas suas qualidades “faziam esquecer sua feiúra ,que era repulsiva “(41)
“No entanto  essa mulher era mãe ,que não tinha de um belo mulatinho de cinco anos nenhum traço de negro e que anunciava uma inteligência superior”(idem) a Senhora Guimarães a ele se afeiçoara e queria dar-lhe uma profissão para se tornar livre algum dia.
Trata a seguir da desonra do trabalho, e que mais de uma geração deverá se passar sem “antes de que o trabalho seja uma honra entre as moças do povo “ que preferem  a prostituição ao trabalho. 9p.42
Fala ainda em Harmonia  no vale do rio Cai, da grande propriedade do senhor Sochenas que tinha 400 escravos dos quais 320 foram mortos  pela peste .Os escravos tinham várias profissões
como pedreiros, ferreiros ,oleiros que levavam adiante a grande propriedade.(p47)
Trata de indios tanto de bem como a  Nunez  curandeira e milagreira e o tropeiro,como os que atacam e que ainda vivem em tribos .
”contava-se que o negros fugitivos possuíam um abrigo conhecido apenas por eles ,cercado por enormes montanhas rochosas que nenhum antes dos iniciado podia transpor presumia-se que eles possuíam terras cultivadas e dali só saiam para obter roupas,pólvora e Chumbo. Parece que o medo de serem recapturados os torna ferozes ,que as precauções que lhes inspira este temor frequentemente  se traduzem por assassinatos. “A pilhagem é seu único meio de obter  o que lhes falta,e consequentemente  as habitações isoladas tem tudo a temer de sua visita. (p.79)

Da autora roubaram uma cesta cheia de espigas de milho durante a noite(p.80)Na verdade não eram os escravos mas os macacos.

Fala das vantagens da colonização diz ela (p.920:)
“O colono desfruta n Brasil de uma proteção eficaz e real por parte do governo,por pouco que a reclame,ficando isento ,por muitos anos de qualquer encargo  ,de toda imposição :é livre na acepção  mais ampla da palavra ,colhendo muito de um trabalho pouco penoso. Não conheço país que ofereça as vantagens e a perspectiva de bem- estar que se encontra no Brasil. “
Fala de um casal de Porto Alegre de nome  Einzelmann  ele era médico que tratava muito bem os escravos , e que comprou um mãe com 2 filhos pequenos(p.109)
Cemitério fora da cidade sobre uma colina,( p.113)
“fora de seus muros há um espécie de monturo,onde se enterram os negros. Ali são depositados na terra sem caixão,envoltos num pedaço de pano,e por vezes mesmo sem esse pobre acessório.Vêem-se ,aqui e ali,farrapos que a terra não cobre inteiramente :são os sudários dos cadávares cuja fossa não foi cavada inteiramente .Mesmo na morte, a igualdade é negada pelo homem, apenas o signo da redenção aprece proclamá-la. No centro desta cloaca impura, está plantada a cruz ,como no elegante cemitério dos brancos;lá mais do que em outra parte ,ele é o emblema da última esperança a que parece responder estendendo para todos seus braços tutelares.”
AZEVEDO, Thales .Os italianos no Rio Grande do Sul.Caxias do Sul ,Educs ,1994

p.146
a zona do Cemitério é chamada de África.
O culto de umbanda de relaciona com os clubes de futebol,que realizam sessões nas vésperas das partidas com fins propiciatórios.
p.164
Diz dona Ruth que seu marido informa que os “morenos” vindos de São Francisco de Paula,Bom Jesus Joaçaba etc. Chegam muito animados em Caxias ,esperando enriquecer ;procuram emprego na indústria ,mas lhes dão trabalhos mais grosseiros e pesados. Não tem habilitação, voltando para a zona de campo.
p.202
Vários mulatos de sucesso como Oswaldo de Assis
Clube Gaúcho secretário ,mulato médio( sem nome) neto do cabo Martins ,que era baiano. Aqui é uma perseguição ..nas indústrias fazem tudo para botar a gente fora. Nem Parece Brasil ,parece mais um a Itália. O presidente é Oswaldo do Assis. Mulato médio, bem trajado,locutor e diretor artístico da rádio Caxias,secretário com nome Lary Mário Martins e Luiz mello (mulato escuro)Martins diz que moças escuras não param nos empregos pois são xingadas de negras. As moças e moços que estudam não encontram estímulo,nos empregos não passam de contínuos. ele é carteiro do correio,alguns conseguem empregos públicos modestos
p.204
Ester Troian
Várias moças de cor tem se formado na Escola Normal de caxias,uma delas beme scrua .Outra Olmira Rosa é professora na zona colonial ,os colonos gostavem muito dela.
Sabe de várias famílias que tem tido empregadas negras.Algumas são Fiéis algumas roubam e são sujas em geral não sabem ler ,nem escrever.
p.205
Oswaldo de Assis
 asituação aqui é ruiam para os de cor, mas está melhorando.Ele e Alcindo Rosa são os dois melhores colocados.pessoalmente nunca sofreu nada nem esperimentou dificuldade.Em toda a aparte é bem recebido ,ao menos devido à sua profissão de cronista radiofônico.
p.465 nota
briga entre brasileiros e italianos em casa de Natale Tosati, foi ferido Teodoro Storchi Galvão Costa e Bernardino Lopes ,e os napolitanos Nicla e Franscesco Vacca  1882 0ficio de 31 de jul .de 1882
p.237
nota 544
Um livro de Romualdo Alessandre
que faleceu em 1914 Era Professor de italianos anotava os acontecimentos livro sumiu
p199
Nota 401
Firmino Bonetti,em 1904 havia raros pretos vindos de São Francisco dePaula.








REFERÊNCIAS
AVÈ-LALLEMANT,Robert.Viagem  pela província do Rio Grande do Sul(1858)Tradução de Teodoro Cabral.Belo Horizonte:USP/Itatiaia,1980.
AZEVEDO, Thales .Os italianos no Rio Grande do Sul.Caxias do Sul ,Educs ,1994
BOURDIEU, Pierre.O poder simbólico.Tradução de Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: DIFEL/Bertrand do Brasil.1989.
COSTA, Fernando Braga da. "Homens invisíveis" – retratos de uma humilhação social" . Ed. Globo, 2004

GRAHAM,Sandra Laeurdale. Caetana diz não.História de mulheres na sociedade brasileira .Tradução Pedro Maria Soares.São Paulo: Companhia das Letras,2005.
,San



JODELET, D. As representações sociais. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2001.         [ Links ]
MELMANN,Charles.Imigrantes:incidências subjetivas das mudanças de língua e país.São Paulo:Escuta,1992.
PARÈ.,Mauro. Afro descendente: um olhar psicanalítico .Porto Alegre: COrag; 2007  p. 52
Rio Grande do Sul. Secretaria  da  administração e dos recursos humanos .Departamento do Arquivo Público. Documentos da escravidão. Cartas de alforria.  2volumes. Coordenação de  Joavani S. Scherer e Marcia M da Rocha. Porto Alegre: Corag,. 2007,ainda MOREIRA, Paulo Roberto Staud; TASSONI, Tatiani de Souza. Que com seu trabalho nos sustenta: as cartas de alforria de Porto Alegre (1748-1888).
LAING, Ronald D. (1986) Identidade Complementar. In: O Eu e os Outros - O
Relacionamento Interpessoal. Petrópolis: Vozes.

LANGEDONCK,Madame van.Uma colônia no Brasil. Tradução de Paula Berinson Santa Cruz do Sul. Unisc ,2002
OLIVEIRA,Vinicius Pereira de. De Manoel Congo a  Manoel de Paula:Um africano ladino em terras meridionais.Porto Alegre:EST ,2006.


RIOS,Ana Lugão e MATTOS ,Hebe.Memórias do cativeiro.Fam~´ilia,trabalho e cidadania no pós escravidão.Rio de Janeiro:Civilização Brasileira,2005.


Nenhum comentário:

Postar um comentário