Os fazendeiros não viam eles...Eles passavam e ninguém
via.
Seu Julião
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A
comunicação Os invisíveis: negros nas
memórias dos brancos faz parte do projeto Brancos e Pretos na Serra
,da Universidade de Caxias do Sul e que
se propõe analisar
as relações entre imigrantes e escravos
no período compreendido entre 1824 e 1889 . Os objetivos da presente
comunicação é a busca do entendimento que levou os negros a serem esquecidos na história regional Durante muitos anos os
negros estiveram ausentes das pesquisas realizadas pela história regional
, a sua
invisibilidade parece ser o motivo
desta ausência. O termo invisibilidade social é um
conceito que foi criado para designar as pessoas que ficam invisíveis
socialmente, seja por preconceito ou indiferença. Esse conceito é bastante
amplo, abarcando os vários fatores que levam a uma invisibilidade, tais como
sociais, estéticos, econômicos, históricos entre outros. Segundo
Houiass a invisibilidade é “qualidade,
condição, atributo do que é invisível, do que não apresenta visibilidade”, ou
seja, daquilo que não é visto, o surgimento da palavra data de 1679,o que
indica que antes o termo e seu significado
não eram conhecidos
A invisibilidade social decorre do
estigma e do preconceito. O fenômeno estudado pela sociologia, pela psicologia
social e pela filosofia, trata de como os indivíduos da classe dominada se tornam invisíveis (e de
certa forma transparentes) para indivíduos
da classe social dominante ou de
outro grupo estabelecido no poder . Autores das três áreas acreditam que o
fenômeno seja recente, ou seja, um fenômeno pós-moderno
Segundo tal ponto de vista a invisibilidade social seria um fenômeno decorrente da contemporaneidade,
mais especificamente do século XX. Para
as pessoas que são vitimas de tal ação, sentem-se agredidas e humilhadas.Muitas
vezes não se trata de um minoria , muitas vezes os invisíveis constituem a
maioria da população, como os escravos outrora e as mulheres em todo o decorrer
da história ,a invisibilidade agride e humilha àqueles que sofrem com ela. Ela
pode acarretar diversos problemas, como depressão, distúrbios e doenças
psíquicas e uma espécie de insegurança que o tempo custa a apagar. (bullying.p://www.overmundo.com.br/overblog/invisibilidade-social-outra-forma-de-preconceito)
Ao que tudo indica a invisibilidade
não é fato novo, na verdade ele se faz presente nos relatos de viagens e
em memórias do século XIX .O que parece
indicar que a invisibilidade é mais antiga do que parece, sendo também
existente em outros tempos. Há uma série
de trabalhos que tratam do tema invisibilidade cuja análise não cabe nos
limites aqui propostos. Os relatos de viajantes e cientistas, em geral
estrangeiros, ao chegar ao Brasil
revelam que eles viram o escravo , inclusive alguns entenderam seu papel na sociedade
escravista seu papel na sociedade, mas
apesar de existente é nomeado. O que significa que o para eles o escravo é
inominado,ou seja “que não
recebeu nome ou cujo nome não se conhece”.(Segundo Houaiss seu surgimento data
de 1585).
Aquele que não tem nome não existe, e, portanto não tem nem pode ter identidade. Na língua
portuguesa até os animais tem nome.Mas em relação aos escravos,sua identidade
é negada possibilitando sua
invisibilidade, essa também é construída.
Há vários fatores
que contribuem para a invisibilidade como : sociais, econômicos e até
estéticos.Mas de forma geral são culturais. Os resultados da invisibilidade são
nefastos. Para Gachet(apud Porto) a
invisibilidade pode levar a processos depressivos, de abandono e de aceitação
da condição de ‘ninguém’, mas também pode levar a mobilização e organização da
minoria discriminada. Para ele o preconceito que gera invisibilidade se estende
a tudo o que está fora dos padrões de vida das classes hierarquicamente
superiores. Muitos são os indivíduos que sofrem com a invisibilidade social,
como por exemplo, profissionais do sexo, pedintes, usuários de drogas,
trabalhadores rurais, portadores de necessidades especiais e homossexuais O estudo da identidade
de um grupo ou de uma pessoa deveria ter inicio com as representações sociais
que são utilizadas para caracterizar o grupo social ou classe no qual a pessoa
ou grupo de pessoas está inserido. .(Internet)
A 'representação social’ pode ser entendida
como uma categoria construída dentro de um grupo social em determinado tempo
sobre determinada pessoa ou grupo. È enfim a construção de um estereótipo que
identifica uma organização social ou uma pessoa dentro dessa organização. Por
exemplo, na região as prostitutas durante muitos anos eram conhecidas como
‘mulheres de vida fácil’ ou seja, pessoas desobrigadas do trabalho familiar e
da reprodução maciça e continua de filhos que era característica da sociedade
patriarcal. Em outras palavras, a representação resulta do senso comum e da
ideologia de um grupo. Da mesma maneira que a classe dos dominadores constrói suas
representações sociais sobre os dominados, essa também as constrói. Como
destaca Bourdieu:
As diferentes classes e frações de classes estão envolvidas numa luta
propriamente simbólica para imporem a definição do mundo social mais conforme
aos seus interessas, e imporem o campo das tomadas de posições ideológicas
reproduzindo em forma transfigurada o campo das posições sociais.(BORDIEU
1989,p..11)
Assim no campo das representações estão presentes
as disputas pela hegemonia social de um dos dois campos. Assim é possível
acompanhara as contradições podem ser acompanhadas na tanto no discurso dos dominadores como na
lembrança dos dominados,e assim entender como se processou a quebra de
identidade dos escravos enquanto
grupo e enquanto indivíduo.
De
certa maneira a representação social retraça a perda de identidade e, portanto
a da invisibilidade. Ao que
tudo indica esse parece ser o caminho para entender a invisibilidade dos escravos no discurso dos dominadores no
século XIX.
O LADO INVERSO
A perda de identidade tem inicio da ausência da
individualidade.Para reconhecer a
identidade dos escravos seria necessária sua própria voz. Como essa
ficou pouco ou nada
registrada,dela só se pode
encontrar rastros nas memórias de
seus descendentes (RIOS ,MATTOS,2005) e nos processos judiciais como os estudados
por Oliveira(2006) e por Graham(2005). A escravização dos africanos não
resultou apenas a perda da liberdade ,mas também do processo da perda da voz e assim de sua da identidade e da sua
consequente invisibilidade.
Segundo Laing,(1986,p.90) “a primeira identidade social da pessoa lhe é
conferida pelos demais. Aprendemos a ser quem nos dizem que somos” .São os pais
que dão o nome aos seus filhos e mal comparando são os donos que retiram os
nomes ao lhe dar dão seus novos nomes de
escravos.
Ao serem tratados como coisa (mercadoria) os escravos aos poucos passam a se
considerarem como tal. A
identidade nesse caso pode ser que entendida
como uma construção ação
política,que resulta de uma ideologia e de um patrimônio cultural comum.
Tratando de outro tipo de
invisibilidade Costa (2004) ao analisar os moradores de rua em São
Paulo afirma
O estigma dissolve a
identidade do outro e a substitui pelo retrato estereotipado e a classificação
que lhe impomos. Esta imposição é feita, de acordo
com Norbert Elias, pelo grupo estabelecido, o outro acima,que naturalizou a
ação invisibilisadora sofrida.” (Internet)
Em relação ao tema Bourdieu(1989, p115 )ressalta que a revolta contra ele quando assumido ‘começa pela reivindicação
pública do estigma,constituído assim em emblema ‘,citando como exemplo o
paradigma black is beutifull,nos
Estados Unidos , e que no Brasil se corporifica em organizações como a dos quilombolas, Palmares ou a luta pela vantagens que indicam o próprio estigma como o das cota
parte na universidades.
Por
meio dos relatos indiretos recolhidos
dos descendentes e nos processos é
possível concluir que a perda de identidade segue passos em direção à
invisibilidade social como: a perda da língua, a dissolução da família, da idade,dos nome de origem e do lugar.
- A PERDA DA LÍNGUA
Os africanos trazidos para o Brasil
como escravos falavam várias línguas ,a maioria de línguas de origem
banto. Sob a designação de bantos
ou de angolas, reuniu-se grande variedade de línguas e de etnias .Nessa primeira classificação se
esconde já a unificação do escravo,primeiro sob a categoria de negro e não de
africano e depois na de um só grupo étnico,com a retirada da identidade de
origem. Falavam os africano escravos
usavam três línguas principais: o
quicongo, quimbundo e umbundo. O quimbundo era falado na primitiva nação
angolana formado pelos dialetos de Luanda e de Ambaca.
A cultura dos afros descendentes do Brasil
,constitui uma mescla das antigas culturas de tribos africanas, com
forte influência das culturas lusa e muçulmana. A cultura lusa se
estendia ao continente africano por meio das conquistas Os costumes das antigas
tribos estão representados em muitas das palavras que fazem parte
do falar cotidiano, nas quais a oralidade dominava .Por outro
lado a cultura muçulmana está presente nos povos chamados
de Malês ,que em geral eram alfabetizados .As tribos africanas eram marcadas pela oralidade, alias como as demais
organizações tribais primevas, o que
possibilitou a conservação de muitas de
histórias, lendas e mitos, presentes até
hoje na cultura dos afro
descendentes brasileiro na memória da
população que teve seus antepassados
escravizados. Inúmeros são os exemplos
recolhidos no livro Memórias do cativeiro (RIOS E MATTOS,2005)
As memória de
Benedita, em 1987, sobre seus
antepassados trata de uma questão
fundamental:
Meus
bisavós vieram de Moçambique .Contam que ficavam entre eles,conversando a
língua deles,quando o senhor via que eles estavam conversando na língua
africana, gritava! Não era para falar
mais,Tiveram que perder a língua à força ,não era para
falar mais ,então falavam escondido .Quando queriam conversar na língua deles
conversavam escondido. Diz que ficavam olhando assim: senhor, olha o senhor lá.
(RIOS ,MATTOS,2005p.68)
Charles Melmann na obra Imigração incidências subjetivas das
mudançasde língua e país destaca a
importância essencial da língua para o imigrante do século XIX . Explica
que que ao trocar sua língua materna
pela língua do mestre(colonizador) essa se torna a se torna a
língua do escravo. Ao adotar a língua do outro não consegue “vivê-la em
sua dimensão simbólica” ((MELMANN,1992,p.106) adotando para sempre a dimensão
simbólica do outro do de tal forma que não haveria saída possível “Assim,de certa forma não
haveria saída possível pela histeria produzida pela imigração.”(idem
p.99) Esse processo de criação de”histéricos experimentais” de ocorre um
processo de 'loucura'(ver melhor) O mesmo processo passaram os imigrantes
forçados que eram os escravos africanos,impossibilitados que ficaram de de
ligar o real ao simbólico.
O
escravo ao perder a língua e ao adotar a língua do outro, recalca sua língua
materna ,interditando a fonte primeira de sua cultura. Ao mesmo tempo que
perdia a língua materna tornava-se ladino e como tal mais valioso que os que
não falavam o português.
2.A PERDA DO NOME
Além do
uso da língua o escravo perdeu seu nome de origem mais uma forma de supressão
da sua cultura original. Dando origem a uma nova forma cultural de ser para os afros descendentes ,
menos explicita e mais implícita. Da nova cultura faz parte a
miscigenação forçada durante o período do cativeiro, quando a escrava era
submetida ao poder o senhor sem direito à escolha do parceiro para reprodução
Segundo Porto
A pessoa
que não tem nome não tem existe, e
portanto não tem identidade. Há vários
fatores que podem contribuir para que essa invisibilidade ocorra: sociais,
culturais, econômicos e estéticos. De acordo com psicólogo Samuel Gachet a
invisibilidade pode levar a processos depressivos, de abandono e de aceitação
da condição de “ninguém”, mas também pode levar a mobilização e organização da
minoria discriminada.(Internet) )PORTO) I
Se pela
supressão do nome o africano deixaria de
existir e em seu lugar o sem nome se
torna escravo, o ser livre deixa de existir em seu lugar
vive o ser sem liberdade. A perda do
nome é parte do processo de perda de identidade ,como o da perda da idade "os escravos não sabiam a
idade.'(p78) eram 'tratados como animais( e não como humanos”(RIOS E MATTOS
,2005, p82)
Lembra Pedro Prudente ,em 1987 :
escravo que
nascesse na propriedade deles levava o sobrenome deles,só, era mais para
constar que era uma propriedade deles. Era mesmo como um animal .(...) Então
meu nome é Prudente .os meus avós e minhas avós eram negros,eu estou com 73
anos,ela morreu com 94 anos, ela levava o nome de Lucrécia Bruno de
Arruda,calcule, negra africana.(RIOS ,MATTOS,2005p.691-92)
O
exemplo de Pedro ,que leva o sobrenome de Prudente nome de um dos maiores proprietários de escravos do Estado de São Paulo, a sua avó
registrada no exemplo levava o sobrenome Arruda outro de grande proprietário
paulista. Se os sobrenomes eram
recebidos dos donos como marca de propriedade, já os nomes dados às
crianças batizadas após 1870, na paróquia de Nossa Senhora das
Oliveiras de Vacaria parecem uma forma de deboche, chegando as raias da
ironia. Alguns dos batizandos
negros levam o nome de de Albino
,de Clara, de Vitória outro
de Fortunato. No livro de registro de
batismo dos anos de 1870 a 1874 na
paróquia de São Francisco de Cima da Serra ocorreram 168 batizados ,os
nomes das crianças filhas de escravos são iguais aos nomes dos filhos de seus
senhores. Os nomes são variados a maioria deles são de santos ou dos senhores da mãe da criança, entre eles os mais numerosos são :Francisco
,Manoel e João entre os homens e Maria ,
Eva e Teresa entre as mulheres. Alguns nomes são tão belos como os melhores utilizados por Machado
de Assis em seus romances como Valentina,
Roberta ,Paula ,Narcisa entre outros. Não há nenhum prenome ou nome africano,
no final do século XIX haviam sido
esquecidos os prenomes africanos e assimilados os portugueses.
Oliveira relata o processo de liberdade de Manoel
Congo ,chegado ao Brasil após 1850 e aprisionado e levado ao cativeiro pelo
major Paula de São Francisco de Cima da Serra.Ao conseguir provar que havia
sido escravizado de forma ilegal passa a ser identificado como Manoel Paula
sendo assim substituiu
“a
designação étnica que recebera como elemento de identificação pelo sobrenome de
seu antigo senhor de São Leopoldo , o Capitão José Joaquim de Paula.Manoel
construía assim uma nova identidade para
avida em liberdade,uma identificação que o afastava do estigma do cativeiro e
remetia à sua nova condição de 'africano livre'.
(OLIVEIRA
,2006,p.123 )
O uso do sobrenome do antigo dono foi
escolha dele, provando que o nome Congo
pois “carecia de significado para o africano”,sendo ao que tudo indica
uma identidade inventada(idem p.124).Tal posição parece reafirmar a questão da
perda da relação do simbólico com o real, apontada por Mellmann.
3. DE QUILOM,BOS À CAIPORAS
Os escravos que viviam nos quilombos eram
considerados como bichos do mato, perigosos e horrendos, e com o correr dos
tempos passaram a ser apontados pelo nome genérico de caipora o que constitui a
mais completa forma de desenraizamento .
Para Houaiss o
caipora é ” entidade fantástica da mitologia tupi, muito difundida na crença
popular, talvez derivada da crença no curupira, (...) dele se dizendo que aterroriza as pessoas e
é capaz de trazer má sorte e mesmo causar a morte. “
As
fugas era a forma mais comum de busca da liberdade ,mas ao mesmo tempo
acarretava castigos violentos por parte dos senhores, até com a morte . A vida
para os que viviam no mato era tão ou mais difícil do que a da vida na
escravidão da fazenda .Pois
Os negros do mato -quase tão estrangeiros e ameaçadores como
os africanos-diferentemente destes não conseguiam levar a melhor sobre a
crueldade dos senhores,na visão dos nossos narradores.(RIOS E MATTOS ,2005, p.82)
Nas
memórias dos descendentes a fuga era o caminho para a tortura, mais cruel . Em
outras palavras não havia fuga possível. Os que conseguiram fugir ficaram em
tal condição que não tinham nem noticias
do que acontecia no mundo urbano.Esses eram os caiporas. “Chamava caipora esses pessoas que estavam
escondidas no mato não sabendo que o cativeiro já tinha acabado. Tinham muitos
caiproas no mato(idem p.84) Os que
5. fim de laços familiares (p.90) um vendido
´para cada lado.
Miscegenação. Os filhos dela eram do fazendeiro
(p.101)
Os negros deixaram forte marca na cultura gaúcha
palavras como: balaio,bambu, fandango, moleque são africanas de origem e
cerca de 20% do vocabulário sul Não é intenção desse trabalho fazer um estudo
antropológico da presença da religião afro-rio grandense na região da Serra
gaúcha ,mas de demonstrar que sua presença é tão forte quanto em outras regiões
do Brasil onde a presença negra é maior do que aqui. a abolição tinham
crenças diversas, em geral os negros já haviam nascido no Sul,eram
pouquíssimos os provenientes da África..
Como observa Parè: embora a diversidade dos
grupos étnicos e as inúmeras perseguições sofridas , a prática religiosa
candomblé ,conhecido como Nação no Sul do país (...) conseguiu permanecer
albergando ,nos dias de hoje os demais credos ,inclusive o vodum ,funcionando
como uma pequena célula de organização social. .Ou seja a religião serviu para
manter a africanidade entre os escravos e seus descendentes .
(PORTO,Juliana
O que significa que o grupo que domina a sociedade tornou 'natural ' e,
portanto, aceitável não ver o outro que não pertence ao grupo que domina o 'establishment ' não reconhece
aqueles indivíduos que pertencem
a um grupo estranho(outsider)
ao do poder
INVISIBILIDADE SOCIAL E A CULTURA DO CONSUMO
Visibilidadew sosial o jogo dramático entre visibilidade einvvisibilidade dos atores sociais.enatep,ufsc
jornal socioilógico.blogspot. Fernando Braga Costa(2004) tese de psicologia social varreu as ruas de
São Paulo.
Estigmatizar alguém é uma violência
simbólica tão grande que, segundo Soares, é como esta a acusando de
existir, simplesmente porque não se encaixa na “normalidade” (o anormal não
merece ser
3 Termo usado por José Domingues...
4
Juliana Porto
Segundo Laing, “a primeira identidade social da pessoa lhe é conferida
pelos demais. Aprendemos a ser quem nos dizem que somos” (LAING, 1986: p.90).
Dessa forma, se somos o que consumimos, nossa identidade é moldada por meras
questões mercadológicas. A exemplo extremo disso, os presidiários, mesmo
vivendo em condições subumanas nasprecárias instalações das casas de detenção,
não abrem mão de exibir seus tênis importados de última geração, buscando, a
qualquer custo, identificação com o público-alvo original do produto.
GUATTARI, Félix e ROLNIK, Suely. (1986) Micropolítica: cartografias do desejo.
Petrópolis, Vozes.
LAING, Ronald D. (1986) Identidade Complementar. In: O
Eu e os Outros - O
Relacionamento Interpessoal. Petrópolis: Vozes.
Departamento de Artes e DesignPUC Rio DE Janeiro
Anais do II Seminário Nacional
Movimentos Sociais, Participação e Democracia
25 a 27 de abril de 2007, UFSC, Florianópolis, Brasil
Da invisibilidade para a existência coletiva: Redefinindo fronteiras
étnicas e territoriais mediados pela construção da identidade coletiva de Povos
Faxinalenses.
ROBERTOMARTINS
explicar as ações que advêm de outros campos, tais como o político e,
fundamentalmente, o cultural. O que ocorre é uma subjugação desses campos ao
domínio do econômico, matando o que existe de inovador: o retorno e a recriação
do ator/sujeito social, a possibilidade de mudança a partir da ação do
indivíduo ou coletivo, independente dos condicionamentos das estruturas. Ainda
que sem o foco central no debate sobre a identidade étnica, MELUCCI, um dos
expoentes da abordagem dos novos movimentos sociais na Europa na década de 80,
busca a releitura das teorias da ação coletiva por meio da análise psicossocial
– microssocial -desconsiderando a lógica instrumental analítica dos
funcionalistas para explicar o processo desconstrução de identidade coletiva. Recusa-se,
também, a ver os movimentos sociais como simples respostas as crises econômicas
- análises marxistas ortodoxas - ou como meros efeitos de desvios e
marginalidades – abordagem funcionalista
MELUCCI, A. A Invenção do Presente – Movimentos sociais
nas sociedades complexas.
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GOHN, M. G. Teoria dos Movimentos Sociais – Paradigmas Clássicos
Contemporâneos. Ed. Loyola, 4a Edição. São Paulo, Brasil, 2004
Psicologia &
Sociedade
Print version ISSN 0102-7182
Psicol.
Soc. vol.16 no.2 Porto Alegre May/Aug. 2004
doi: 10.1590/S0102-71822004000200007
Who do you think they
are? - Representations about homeless people
Ricardo Mendes Mattos; Ricardo Franklin
Ferreira
Universidade São Marcos
Assim, a proposição aqui discutida é clara: as
representações sociais sobre as pessoas em situação de rua reforçam a
construção de identidades articuladas com valores negativamente afirmados.
Neste caso específico, as representações sociais podem ser consideradas
ideológicas, pois re-produzem e cristalizam relações concretas de dominação
(OLIVEIRA e WERBA, 2002). Em contrapartida, consideramos que as mesmas
representações contêm em si o germe de sua superação, podendo servir como
referências para o ingresso das pessoas em situação de rua no campo da
reivindicação pelos seus direitos, constituindo, por conseguinte, identidades
mais críticas e autônomas.
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Invisibilidade social:o outro lado do
preconceito
Existem diversos fatores que contribuem para que a
invisibilidade social ocorra: histórico, cultural, social, religioso,
econômico, estético etc. É o que acontece, por exemplo, quando um mendigo é
ignorado de tal forma que passa a ser apenas mais um objeto na paisagem urbana
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/31904/1/Invisibilidade-social-a-outra-face-do-preconceito/pagina1.html#ixzz0yYjsETnB
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/31904/1/Invisibilidade-social-a-outra-face-do-preconceito/pagina1.html#ixzz0yYjsETnB
Esse
sistema de segregação social foi estudado e vivenciado pelo psicólogo da USP
Fernando Braga da Costa, que passou por uma experiência inusitada ao encarnar o
papel de gari em defesa de sua tese de doutorado intitulada "Garis – um
estudo de psicologia sobre invisibilidade pública" (COSTA:2004). Ele
observou durante sua experiência que atos cotidianoscomo olhar, reconhecer e
cumprimentar as pessoas, são visivelmente ignorados. O psicólogo descobriu que
muitas vezes os trabalhadores são tratados de forma pior do que um animal
doméstico, que, pelo menos é chamado pelo nome. Até com seus professores e
colegas não foi reconhecido. Ou seja, a pessoa comum, no Brasil perde sua
identidade, fica sem rosto. Inclusive sua tese serviu de inspiração para o
personagem da atriz Camila Pitanga da rede globo que interpretou o papel de
faxineira. A atriz vivenciou a dolorida experiênciade ser invisível
socialmente.
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/31904/1/Invisibilidade-social-a-outra-face-do-preconceito/pagina1.html#ixzz0yYjSvf00
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/31904/1/Invisibilidade-social-a-outra-face-do-preconceito/pagina1.html#ixzz0yYjSvf00
COSTA, Fernando Braga da. "Homens invisíveis" –
retratos de uma humilhação social" . Ed. Globo, 2004.
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/31904/1/Invisibilidade-social-a-outra-face-do-preconceito/pagina1.html#ixzz0yYk8NtKI
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/31904/1/Invisibilidade-social-a-outra-face-do-preconceito/pagina1.html#ixzz0yYk8NtKI
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-71822004000200007&script=sci_arttext&tlng=es
LANGEDONCK,Madame van.Uma
colônia no Brasil. Tradução de Paula Berinson Santa Cruz do Sul. Unisc ,2002
p.39 pararam no estabelecimento em São Sebastião na casa comercial do
Major Guimarães onde
“Durante ainda dez dias ocupamos dois grandes quartos das lojas onde
fomos,alías,perfeitamente servidos por negros para os quais esperavam
compradores “
O que leva a inferir que nas casas do vale dos Sinos eram
vendidos entre outras mercadorias
escravos.
A casa comercial era administrada pelo irmão do major cuja esposa era
proprietária de uma escrava chamada
Flora ,que aprendeu as lides domésticas ,era ótima cozinheira e perfeita
cozinheira era mãe de uma menina ( sem nome )” de tal forma medonha que eu não poderia acreditar que
fosse uma criança”(p.40) ,mas suas qualidades “faziam esquecer sua feiúra ,que
era repulsiva “(41)
“No entanto essa mulher era mãe
,que não tinha de um belo mulatinho de cinco anos nenhum traço de negro e que
anunciava uma inteligência superior”(idem) a Senhora Guimarães a ele se
afeiçoara e queria dar-lhe uma profissão para se tornar livre algum dia.
Trata a seguir da desonra do trabalho, e que mais de uma geração
deverá se passar sem “antes de que o trabalho seja uma honra entre as moças do
povo “ que preferem a prostituição ao
trabalho. 9p.42
Fala ainda em Harmonia no vale
do rio Cai, da grande propriedade do senhor Sochenas que tinha 400 escravos dos
quais 320 foram mortos pela peste .Os
escravos tinham várias profissões
como pedreiros, ferreiros ,oleiros que levavam adiante a grande
propriedade.(p47)
Trata de indios tanto de bem como a
Nunez curandeira e milagreira e o
tropeiro,como os que atacam e que ainda vivem em tribos .
”contava-se que o negros fugitivos possuíam um abrigo conhecido apenas
por eles ,cercado por enormes montanhas rochosas que nenhum antes dos iniciado
podia transpor presumia-se que eles possuíam terras cultivadas e dali só saiam
para obter roupas,pólvora e Chumbo. Parece que o medo de serem recapturados os
torna ferozes ,que as precauções que lhes inspira este temor
frequentemente se traduzem por
assassinatos. “A pilhagem é seu único meio de obter o que lhes falta,e consequentemente as habitações isoladas tem tudo a temer de
sua visita. (p.79)
Da autora roubaram uma cesta cheia de espigas de milho durante a
noite(p.80)Na verdade não eram os escravos mas os macacos.
Fala das vantagens da colonização diz ela (p.920:)
“O colono desfruta n Brasil de uma proteção eficaz e real por parte do
governo,por pouco que a reclame,ficando isento ,por muitos anos de qualquer
encargo ,de toda imposição :é livre na
acepção mais ampla da palavra ,colhendo
muito de um trabalho pouco penoso. Não conheço país que ofereça as vantagens e
a perspectiva de bem- estar que se encontra no Brasil. “
Fala de um casal de Porto Alegre de nome Einzelmann
ele era médico que tratava muito bem os escravos , e que comprou um mãe
com 2 filhos pequenos(p.109)
Cemitério fora da cidade sobre uma colina,( p.113)
“fora de seus muros há um espécie de monturo,onde se enterram os
negros. Ali são depositados na terra sem caixão,envoltos num pedaço de pano,e
por vezes mesmo sem esse pobre acessório.Vêem-se ,aqui e ali,farrapos que a
terra não cobre inteiramente :são os sudários dos cadávares cuja fossa não foi
cavada inteiramente .Mesmo na morte, a igualdade é negada pelo homem, apenas o
signo da redenção aprece proclamá-la. No centro desta cloaca impura, está
plantada a cruz ,como no elegante cemitério dos brancos;lá mais do que em outra
parte ,ele é o emblema da última esperança a que parece responder estendendo
para todos seus braços tutelares.”
AZEVEDO, Thales .Os italianos no Rio Grande do Sul.Caxias do Sul
,Educs ,1994
p.146
a zona do Cemitério é chamada de África.
O culto de umbanda de relaciona com os clubes de futebol,que realizam
sessões nas vésperas das partidas com fins propiciatórios.
p.164
Diz dona Ruth que seu marido informa que os “morenos” vindos de São
Francisco de Paula,Bom Jesus Joaçaba etc. Chegam muito animados em Caxias
,esperando enriquecer ;procuram emprego na indústria ,mas lhes dão trabalhos
mais grosseiros e pesados. Não tem habilitação, voltando para a zona de campo.
p.202
Vários mulatos de sucesso como Oswaldo de Assis
Clube Gaúcho secretário ,mulato médio( sem nome) neto do cabo Martins
,que era baiano. Aqui é uma perseguição ..nas indústrias fazem tudo para botar
a gente fora. Nem Parece Brasil ,parece mais um a Itália. O presidente é
Oswaldo do Assis. Mulato médio, bem trajado,locutor e diretor artístico da
rádio Caxias,secretário com nome Lary Mário Martins e Luiz mello (mulato
escuro)Martins diz que moças escuras não param nos empregos pois são xingadas
de negras. As moças e moços que estudam não encontram estímulo,nos empregos não
passam de contínuos. ele é carteiro do correio,alguns conseguem empregos
públicos modestos
p.204
Ester Troian
Várias moças de cor tem se formado na Escola Normal de caxias,uma
delas beme scrua .Outra Olmira Rosa é professora na zona colonial ,os colonos
gostavem muito dela.
Sabe de várias famílias que tem tido empregadas negras.Algumas são
Fiéis algumas roubam e são sujas em geral não sabem ler ,nem escrever.
p.205
Oswaldo de Assis
asituação aqui é ruiam para os
de cor, mas está melhorando.Ele e Alcindo Rosa são os dois melhores
colocados.pessoalmente nunca sofreu nada nem esperimentou dificuldade.Em toda a
aparte é bem recebido ,ao menos devido à sua profissão de cronista radiofônico.
p.465 nota
briga entre brasileiros e italianos em casa de Natale Tosati, foi
ferido Teodoro Storchi Galvão Costa e Bernardino Lopes ,e os napolitanos Nicla
e Franscesco Vacca 1882 0ficio de 31 de
jul .de 1882
p.237
nota 544
Um livro de Romualdo Alessandre
que faleceu em 1914 Era Professor de italianos anotava os
acontecimentos livro sumiu
p199
Nota 401
Firmino Bonetti,em 1904 havia raros pretos vindos de São Francisco
dePaula.
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Sul(1858)Tradução de Teodoro Cabral.Belo Horizonte:USP/Itatiaia,1980.
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a cesso em 25 de setembro de 2010 as 15 horas)
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LANGEDONCK,Madame van.Uma colônia no Brasil. Tradução de Paula
Berinson Santa Cruz do Sul. Unisc ,2002
OLIVEIRA,Vinicius Pereira de. De Manoel Congo a Manoel de Paula:Um africano ladino em
terras meridionais.Porto Alegre:EST ,2006.
RIOS,Ana Lugão e MATTOS ,Hebe.Memórias do cativeiro.Fam~´ilia,trabalho
e cidadania no pós escravidão.Rio de Janeiro:Civilização Brasileira,2005.
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