Os imigrantes como estrangeiros da mesma forma que os escravos não poderiam esquecer ” da neutralidade que devem guardar no país que os acolheu.” .Sendo vedado seu direito de ir e vir só podendo circular pelo país com documentos que provassem a sua condição de trabalhadores Para os imigrantes era proibida tanto a participação política como a vagabundagem Foi por esta experiência de ausência de liberdade e de controle severo que passaram tanto os negros como imigrantes forçados como os imigrantes europeus. “voluntários” .Para o imigrante europeu e para o escravo o Brasil era o seu mundo, era o mundo do outro . Ambos estavam proibidos de participar na política .Através da Decisão de 11 de junho de 1836 governo imperial informa ao presidente da Província do Rio Grande do Sul que os estrangeiros estavam protegendo rebeldes e por esse motivo oregente manda recomendar a V. Exa. toda a atenção e vigilância sobre sua conduta ,usando de todos os meios ao alcance de V. Exa. para mantê-los no seu dever”
As colônias oficiais destinadas do RS estavam situadas nos limites dos campos de criação de gado. Nelas era proibida a existência de escravos. Ainda que separados pelo espaço negros e colonos conseguiram estabelecer relações entre si.. Muitos negros e mestiços auxiliavam a Comissão de Terras no transporte dos imigrantes e outros traziam produtos das fazendas para vender nas colônias . Nos arquivos históricos da região existem fotografias tanto de tropeiros como de carreteiros negros. Outra constante é a fotos de família onde aparecem mocinhas negras vestidas de forma igual às filhas da casa
Nas histórias de família fica evidente a relação que se estabelecia entre imigrantes e negros . Nos textosa palavra negro é usada como trabalho duro, "trabalho de negro” ou “ de escravo." Em geral empregada para explicar o tipo de trabalho executado pelo colono imigrante, pois ambos tem uma " condição de trabalho escravo ou mal remunerado." Outras vezes é empregada para designar trabalho mal pago "tinha mesmo para contratar um negro, talvez ex - escravo, para auxiliá-lo numa derrubada." Assim .para o colono o escravo era um exemplo de sofrimento e de trabalho sem recompensa. E ainda como colaboradores no trabalho "os nativos, negro e caboclo, muito ajudaram, no modo como se derrubava uma árvore e a desdobrá-la sobre estaleiros. Ensinavam o nome de cada árvore ainda e qual delas lascava melhor." Reconhecendo ainda seu conhecimento da agricultura e da flora brasileiras.
Apesar da semelhança do trabalho do agricultor e o do escravo , percebiam a diferença não apenas a cor ,mas de língua ,costumes e de religião..
.Ou seja, o outro. Ser outro é ser diferente é ter outra identidade .Algumas vezes o pertencimento é confundido com racismo, ainda hoje. Na verdade os colonos como os negros eram discriminados e estigmatizados Os colonos se sentiam mais próximos dos escravos do que dos fazendeiros ,que não trabalhavam .Em compensação como escravos não tinham terras e eram ainda mais pobres do que eles.. Essa unificação dos brasileiros e não de cor, sendo mais importante do que parece,pois estão baseados na classe social e não na cor. Como pequenos proprietários donos de sua produção fruto de seu trabalho ,desprezava os que não tinham um ou outro de seus valores. Assim fechados em seu grupo através do casamento endogâmico ,mantiveram crenças, valores e costumes por duas ou mais gerações..
. Dall’Alba aponta que “Todos os brasileiros eram “negri”, gente que não sabia trabalhar, gente que nem podia pensar em casar com filhos ou filhas de outras raças. Estamos falando dos brancos. Nem é preciso dizer dos negros de verdade. Casar com um negro, com negra? Impensável.”. Poder-se-ia completar a afirmação :”Casar com colono? Nem pensar. “ Por outro lado, sentiam-se orgulhosos em comparação aos italianos que não imigraram , pois aqui possuíam mais que terra que os seus antigos senhores de lá. Assim a distinção deve ser pensada entre imigrantes e “brasiliani “ e italianos ,pois, sem exceçãobrasileiros brancos e negros estavam excluídos dde relações matrimoniais
As relações entre colonos e escravos se estreitaram com o passar do tempo e pela vizinhança nos campos onde lidavam de um lado da cerca em seu lote colonial lidava na terra como trabalhador livre e do outro lado nos campos do latifúndio labutava o escravo.
Característico é o caso de Ana Rech que acolheu em sua casa uma criança filha de uma escrava que foi deixada durante a noite na porta de sua casa pobre, chamando-a de Maria Joana. O caso não deve ser o único, mas foi o único registrado nos requerimentos da colônia Caxias, através da qual Ana informa que vai criar a menina .As fotos de menibnas negras criadas em famílias brancas não são raras.
Ao que tudo indica não eram raros os casos de mães escravas que procuravam livrar seus filhos. Muitas crianças negras aparecem nas fotos do fim do século XIX e inicio do XX aos lado das crianças imigrantes no mesmo trabalho e nas mesmas escolas, sendo as educadas lado a lado. Da mesma forma que muitos adultos negros e negras aparecem em fotos junto aos brancos em seu ambiente de trabalho tanto na empresa metalúrgica de Abramo Eberle como na industria vinícola de Luiz Antunes.
Em 1884 ocorre a abolição dos escravos na província do Rio Grande do Sul, com isto novas oportunidades de trabalho se abrem na zona conhecida como da” colônia italiana “para os ex- escravos..Especialmente o das serrarias ,derrubada de mato e da estrada de ferro.
DIFÍCIES RELAÇÕES
Localidade situada ao norte da Segunda Légua, da antiga colônia Caxias, era parte da sesmaria chamada de colônia Sertorina, de Luiz Antônio Feijó Júnior, rico fazendeiro de Bom Jesus . .Percebeu que as terras de Caxias para a venda estavam terminando. Assim com o auxilio de sócios organizou uma colônia dividindo-a em lotes e colocando-os a venda. Foram organizadas serrarias para o corte dos pinheiros que cobria a região . A partir de 1908, surge uma povoação em torno da casa comercial. próxima do entroncamento da Estrada Geral e da estrada que levava à 2ª Légua .Era na 2ª Légua que vivia a maior parte de colonos provenientes do império Austro Húngaro ,que compraram terras para seus filhos nas terras de Feijó . No ano de 1875 entraramm na Colônia Caxias 46 famílias tirolesas com 156 dependentes., ou seja 43 % do total dos colonos entrados na 2ª Légua,que eram provenientes de Trento. .
A linha Feijó ,mais tarde, chamada de Forqueta atraiu proprietários de serrarias e agricultores .Na região havia pinheirais. Sendo atravessada pela estrada geral e pela ferrovia em construção que precisava de madeira para os dormentes. As serrarias desflorestaram a região e as terras sem cobertura vegetal eram vendidas aos colonos.
Com a chegada da estrada de ferro parece ter havido uma serie de conflitos entre : "brasileiros" e “italianos”. Colonos e “brasiliani” tinham costumes diversos. Os colonos que haviam comprado as terras para seus filhos plantavam milho, videiras ,batatas ,trigo ,verduras sua subsistência e para a comercialização. Os trabalhadores "brasileiros "empregados da s serrarias pela Companhia Belga encarregada da construção da estrada de ferro;, que nas horas de folga descansavam e jogavam .
Segundo lembranças de Dalvo Silvestre, os trabalhadores da serraria Travi (lote 24 e 25 do Travessão Alencastro) reuniam-se numa “bodega” situada além do acesso atual para Salete e Santos Anjos, ali jogavam "bocha" e as cartas. Já os colonos preferiam jogar a bocha na cancha de Joaquim Slomp situada na frente da estação férrea. Conta próxima à casa Entre “colonos” e "brasileiros" estabeleceu-se uma distância espacial até para o entretenimento. A separação foi conseqüência das brigas entre os dois grupos.
.As diferenças não eram por causadas pela côr. Segundo Faustino Perottoni lembrava que a colônia de sua pai, foram invadidas pelos cortadores de mato,empregados da serraria , e suas plantações roubadas pelos novos moradores da estação.” Primeiro cortaram os pinheiros sem pedir licença ,depois roubaram parte da colheita” .Desgostoso Artur Perottoni vendeu sua colônia em lotes e foi morar longe da estrada de ferro. Os colonos muitas vezes davam tiros de espingarda para espantar os invasores de suas terras e plantações. A defesa ainda que violenta, era uma forma de assegurar a integridade da propriedade.
Na casa de Joaquim Slomp havia muitos empregados carreteiros e cargueiros que trabalhavam no transporte das mercadorias da casa comercial ,independente da cor comiam na mesa junto com a família, costume comum a outras casas de colono. Onde proprietário e empregados dividiam a mesa,como ocorria nas casa dos mestres medievais onde e donos e aprendizes conviviam lado a lado, como nas antigas casas dos mestres das antigas corporações medievais
. Os colonos eram pequenos proprietários, já os trabalhadores eram proletários,visto que trabalhavam para outros. No Brasil o trabalho agrícola ,por quatrocentos anos ,foi realizado pelos escravos. Plantar e cultivar era visto com desprezo pelas elites brasileiras. Plantar era tarefa de negros e de escravos. Os trabalhadores desprezavam os colonos .Os colonos se julgavam superiores aos trabalhadores por plantar e colher em suas próprias terras. Viam com desconfiança os brasileiros que não tinham propriedade e gastavam tudo o que ganhavam .Os dois grupos tinham uma ideologia diferente. Os "brasileiros" gastavam , ou melhor” bebiam tudo o que ganhavam “e os colonos não comiam um ovo para não jogar a casca fora. O entendimento não poderia ser muito fácil,como realmente não o foi. As brigas dividiam o povoado .
Outro problema foi ocasionado pelas cercas de arame farpado,que impediam a passagem das cargas pelas antigas estradas vicinais,trazendo problemas de transporte .Desastres e até algumas mortes foram ocasionadas pela estrada de ferro , como a Guilherme Tamanini sempre lembrada pelos antigos moradores. Por vezes dividia em duas uma propriedade , trazendo ainda possíveis posseiros. Com as casas de madeira rústica dos colonos ,Forqueta parecia uma vila do Faroeste americano, que a estrada de ferro fez surgir coisas “ainda piores” ,como uma pensão mal vista pela comunidade . Os trabalhadores viviam em ranchos construídos próximos das serrarias e os da estrada de ferro, acampavam próximo dos trilhos . Comparadas aos ranchos dos trabalhadores , as pobres casas dos colonos pareciam ricas
Durante muito tempo na pequena localidade brasileiros e colonos, viveram separados. Os “negri” moravam nas proximidades da estrada que leva à capela de Santos Anjos um salão funcionava nas proximidades onde se reuniam para beber, jogar cartas e algumas vezes dançar. Outro e salão estava situado próximo da futura estação onde se reuniam os colonos com o mesmo objetivo. Poucos anos depois, em 1933, foi fundada a União Forquetense que reuniu os dois grupos que passaram a ter um espaço comum de entretenimento. As duas mãos unidas apresentadas no símbolo do clube lembra a pacificação, entre os dois grupos.
O que havia separado os dois grupos não era a cor mas a propriedade. Enquanto os colonos eram donos da terra,os trabalhadores só tinham seu salário. Mais que uma diferença de cor o que os separava era uma diferença ideológica proveniente da sua classe social. Que existe até hoje , no clube jogam os proprietários e num salão perto da encruzilhada que deu nome ao lugar continuam jogando os trabalhadores, não da estrada de ferro mas das empresas locais. O mundo do trabalho capitalista separa os homens muito mais que o mundo do antigo regime. Ainda assim uma nova época então tem inicio , ocorrendo o que parecia impensável no final do século XIX, as uniões interétnicas “apesar da contrariedade dos pais, sempre havia moças casando com brasileiros, com morenos e com negros.” .
COLONOS E NEGROS
As colônias oficiais destinadas preferentemente aos europeus que deveriam ser agricultores estavam situadas nos limites dos campos de criação de gado. Nelas era proibida a existência de escravos. Ainda que separados pelo espaço negros e colonos conseguiram estabelecer relações com eles. Muitos auxiliavam a comissão de terras no transporte dos imigrantes e outros traziam produtos das fazendas para vender nas colônias . Nos arquivos históricos da região existem fotografias tanto de tropeiros como de carreteiros negros.
Nas histórias de família regionais fica evidenciada a relação que se estabelecia entre imigrantes e negros . Nos textos o negro tem significado de trabalho duro, "trabalho de negro, de escravo." Ou seja o trabalho similar ao trabalho do imigrante, pois ambos vivem numa " condição de trabalho escravo ou mal remunerado." E ainda como trabalhador mal pago "tinha mesmo para contratar um negro, talvez ex - escravo, para auxiliá-lo numa derrubada." Assim .para o colono o escravo era um mestre no sofrimento e do trabalho na nova terra..
Várias são as alusões de como os negros conheciam o mundo tropical assim "os nativos, negro e caboclo, muito ajudaram, no modo como se derrubava uma árvore e a desdobrá-la sobre estaleiros. Ensinavam o nome de cada árvore ainda e qual delas lascava melhor."
.A natureza do Brasil com seus animais e índios selvagens parecia para os colonos a negação do mundo civilizado europeu. Os negros e indígenas faziam parte deste mundo não civilizado desconhecido para os europeus..
Havia quantidade grande de erva-mate. Mas fazia-se roça e derrubava-se. Ás vezes deixava-se um pé ou dois, (...). Mas depois vieram os negros ensinar a fazer erva-mate. Aí, sim, se trabalhou muito e se ganhou um bom dinheiro.
Apesar da semelhança do trabalho do agricultor e o do escravo entre os dois grupos havia a diferenças não apenas a cor , a língua ,costumes e religião. Os colonos europeus sentiam a diferença cultural dentre a deles a do Brasil e dos brasileiros .Para os imigrantes fazendeiros lusos, funcionários públicos ,os escravos e indígenas aqueles que conheciam a língua e a natureza tropical eram os outros ,todos dos eles sem distinção de classe ou de etnia, pois como nascidos no Brasil eram todos brasileiros .
Era uma época que todas as autoridades eram “brasileiras” e a maioria dos imigrantes sentia-se gente de segunda categoria, não podendo aspirar a ser da “sociedade”. Por outro lado, sentia-se orgulhosa e racista, comparando-se a outras raças ou nacionalidades. Todos os brasileiros eram “negri”, gente que não sabia trabalhar, gente que nem podia pensar em casar com filhos ou filhas de outras raças. Estamos falando dos brancos. Nem é preciso dizer dos negros de verdade. Casar com um negro, com negra? Impensável.
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Como reação à exclusão da sociedade brasileira a que eram submetidos os imigrantes se fecharam dentro de seu grupo, praticando o casamento endogâmico nas duas primeiras gerações. Como o outro os “brasilani “ foram unificados pela cor, sendo chamados sem distinção de” negri “,pois eram mais morenos que os colonos .
As relações entre colonos e escravos se estreitaram com o passar do tempo e pela vizinhança nos campos onde lidavam de um lado da cerca em seu lote colonial lidava na terra como trabalhador livre e do outro lado nos campos do latifúndio labutava o escravo.
Característico é o caso de
Ana Rech que acolheu em sua casa uma criança filha de uma escrava que foi deixada durante a noite na porta de sua casa pobre, chamando-a de Maria Joana. Tal caso não deve ser o único, mas foi o único registrado no requerimentos da colônia Caxias, através da qual Ana informa que vai criar a menina .
Ao que tudo indica não eram raros os casos de mães escravas que procuravam livrar seus filhos. Muitas crianças negras aparecem nas fotos do fim do século XIX e inicio do XX aos lado das crianças imigrantes no mesmo trabalho e nas mesmas escolas escolas, sendo as educadas lado a lado. Da mesma forma muitos adultos negros e negras aparecem em fotos junto aos brancos em seu ambiente de trabalho tanto na empresa metalúrgica de Abramo Eberle como na industria vinícola de Luiz Antunes
Em 1884 ocorre a abolição dos escravos na província do Rio Grande do Sul, com isto novas oportunidades de trabalho se abrem na zona conhecida como da” colônia italiana “para os ex- escravos..
Deve-se destacar que o primeiro intendente eleito de Caxias José Cândido de Campos Júnior nomeado pelo presidente do estado do Rio Grande do Sul Júlio de Castilhos ,em 15 de setembro de 1895 , era maçom e mulato.. . Em 7 de dezembro de 1895 ,em oficio dirigido pelo intendente Campos Júnior ao Conselho sugere o aumento da guarda municipal “como deveis saber este município está infestado por pequenos grupos de bandidos que se preparam para alarmar a população local” , sendo este o motivo alegado para solicitar mais verbas para aumento do efetivo da policia . Em 24 de novembro de 1896 foi eleito por voto direto dos caxiense ,sendo reeleito em 23 de setembro de 1900.
Durante sua gestão ocorreram enfrentamentos com o padre italiano Pietro Nosadini, pároco de Caxias. fundador do jornal semanal Il Colono Italiano’, “Bollettino cattolico mensile” (Boletim católico mensal) que se contrapunha ao O Caxiense primeiro jornal fundado da região ,fundado em 1897 sendo ligado ao governo estadual e ligado ao Partido Republicano . Campos Júnior conhecido como Cazuza Campos nasceu em Santo Antônio da Patrulha tendo sua residência em Vacaria para onde se transferiu após deixar o cargo em 1º de julho de 1902 sem concluir seu mandato. Durante seu governo houve lutas políticas regionais entre federalistas e republicanos decorrentes da Revolução Federalista ao que tudo indica estas disputas ocasionaram seu afastamento.
PRIMEIROS CONTATOS
Em alguns lugares como na Fazenda da Pratinha ( antiga colônia Alfredo Chaves) viviam antes da colonização proprietários de sesmarias e de escravos, entre eles Silvério Antônio de Araújo e Placidina sua mulher que possuíam vários escravos que com a bolição tornaram-se agregados como os: Martins, Guedes, Morreira e Telles todos afro brasileiros . O número de afro descendentes aumentou com a abertura das serrarias diz Farina que se tornaram arrastadores, cortadores de pinheiros ,serrarias limpadores de estábulos carregadores eram antigos escravos que acorreram para a região situada nas proximidades dos campos.
Escravos existiam também nas sesmarias que se limitavam com a região colonial como na Criúva, Vila Oliva e Vila Seca, pertencentes ao município de São Francisco de Paula, que faziam limite com a antiga colônia Caxias.
Na Sesmaria do Raposo de José Carvalho Bernardes, que recebeu essa concessão do Brigadeiro Francisco João Roscio em 1803, havia muitos escravos Um dos herdeiros dessa sesmaria, Felisberto Soares de Oliveira, ou Beto Grande tinha muitos escravos. Na sua propriedade situada na região conhecida como Morro Grande tinha além de escravos, índios Kaigángs trabalhando para ele. Muitos dos tropeiros que percorreram a região colonial eram provenientes desta sesmaria.
Os escravos eram encarregados entre outras atividades do transporte de mercadorias ,como relembra Angelina Perini :
Depois que o papai casou eles colocaram uma casa de comércio onde eles vendiam de tudo, tecidos, ferragens, secos e molhados. Eles trabalhavam muito com os tropeiros que vinham de Vacaria e Bom Jesus. Os tropeiros traziam queijo, cera, couro e levavam de volta açúcar, tecidos e outras coisas que vinham de Porto Alegre. Os colonos que moravam aí também compravam muito queijo e tecidos. Os tropeiros vinham de mulas e cargueiros, os que traziam gado vinham tocando a tropa a cavalo e deixavam o gado todo num potreiro que tinha na casa de comércio, que também servia de pouso.
A Região Colonial Italiana enorme quadrangulo com 400 metros de lado limitava-se em tods extensão com a região dos campos, sendo uma área de fronteira, situada entre a civilização e a natureza selvagem. Basicamente, a região de colonização italiana realizava seu comércio através de duas estradas: a Buarque de Macedo ,que unia a região de Garibaldi, Bento Gonçalves e Veranopólis ao porto de Montenegro, e a Visconde de Rio Branco ,que unia a região de Caxias do Sul ao porto do Cai.
Foi o caminho traçado pêlos tropeiros e pelo gado foi usado para o traçado aproximado da estrada provincial ,aberta no século XIX ,que ligava os campos a depressão central. E que atravessava o atual município de Caxias do Sul. Não é de estranhar que seus campos tenham servido de pouso , de potreiros e de ocupação muitos anos antes da chegada dos colonos europeus. Aantiga estrada Provincial, aberta na década de 1870 ,que ligava os Campos de Cima da Serra ao rio Caí.. Era por esse o caminho que passavam os tropeiros este , mais tarde, se tornou o caminho dos imigrantes. atravessava a sede Santa Teresa de Leste a Oeste, no trecho urbano tomou o nome de Silveira Martins, e mais tarde Júlio de Castilhos, cortando a 3ª Légua.. Mais tarde a estrada provincial tomou o nome Conselheiro Dantas ,no trecho entre Caxias e Vacaria e de Rio Branco entre Caxias e Caí.. Uma outra estrada ligava a colônia Caxias à Dona Isabel , partia do cruzamento das ruas Marechal Floriano com a Pinheiro Machado, seguia a atual Feijó Júnior até o Moinho Germani ,atravessando então a Linha Palmeiro. Tinha ,numa extensão de 50 quilômetros.
O transporte pelas estradas era realizado tropeiro que era encarregado do transporte tanto de mercadorias como de seres vivos.
O transporte dos imigrantes da capital a São Sebastião do Caí era feito por vapores e daí, até a sede da colônia, por meio através de tropeiros. Para o transporte dos colonos, que era feito por tropeiros, foram abertas novas picadas na direção da Terceira Légua e abertos novos caminhos que ligavam a sede aos lotes, como a estrada Rio Branco. Em 1884, estava em boas condições a estrada Conselheiro Dantas, que unia a Colônia Caxias à Dona Isabel e a estrada Rio Branco, que ligava a colônia tanto aos campos de Cima da Serra quanto ao vale do rio Caí.
Muitas vezes, a casa de pasto era anexa à casa de negócio. Nela não havia apenas produtos, mas era local de repouso tanto para tropas quanto para tropeiros: “Os que traziam gado vinham tocando a tropa a cavalo e deixavam o gado todo num potreiro que tinha na casa de comércio, que também servia de pouso.”[12]
A mula (ou burro) conseguem andar por caminhos íngremes nas montanhas, sendo utilizados como animais de carga. As mulas são mais fortes que o cavalo e o jumento, podendo carregar até cem quilos de carga. Mas, ainda assim, devem descansar após um dia de tropeada. Para o descanso das mulas, era usado o potreiro e, para o descanso dos tropeiros, a casa de pasto. Sobre a casa de pasto conta João Corso:
Os carreteiros vinham de São Sebastião do Caí e iam para Vacaria, Lagoa Vermelha e Bom Jesus. Já os Tropeiros eram anunciados de longe pelo barulho do cincerro. A noite se reuniam na casa de pasto para contar histórias, comer pinhão e tocar gaita. A casa de negócio tinha quartos para os que quisessem a 10 réis por noite e o potreiro custava 20 réis. [13]
O tropeiro carregava crianças nas bruacas de suas mulas, mulheres cansadas, arcas com os bens dos imigrantes. Os tropeiros da região realizavam vários tipos de transporte: de mercadorias, de animais e de pessoas. Na região, havia muitos tipos de tropeiros: que eram donos de suas tropas e que serviam a casas de comércio; os que eram contratados pelos fazendeiros para transportar tropas de bovinos, suínos e aves do lugar de criação para o da venda e os contratados pelas casas comerciais para o transporte de gêneros coloniais até a capital, e dos produtos industrializados da capital para a região colonial
Para facilitar o transporte a cada vinte quilômetros de estradas havia uma pouso, uma casa de pasto ou uma casa de comércio. A passagem das mercadorias garantia o progresso. Para servir as tropas e tropeiros, de cargas e cargueiros foi criada uma rede de serviços para atender suas necessidade. Muitas vezes a mudança do traçado dos caminhos decretava o fim de uma pequena povoação, surgida em função de uma rota comercial.
Se a maioria das casas comerciais da região pertencia aos imigrantes italianos, no caso dos tropeiros e carreteiros a maioria era de brasileiros, pois eles conheciam a língua portuguesa e os caminhos das tropas, bem como os locais de compra e de venda. Com o passar dos anos os colonos aprenderam o ofício e passaram a realizar tais atividades.
Os tropeiros não eram responsáveis apenas pela distribuição das mercadorias e de colonos Eram eles que levavam e traziam as notícias e a correspondência vindas de outros lugares .Eram eles que levavam a língua nacional para os estrangeiros que ocupavam a região colonial .Lembra Rovílio Costa
Então o brasileiro é aquele que falava o brasileiro, que era o português, Mas a gente dizia que falava em brasileiro. E quem falava em brasileiro era negro, porque lá em casa era pouso de negros, que eram os tropeiros que iam para Guaporé e seguiam pelo caminho de Fagundes Varela. Depois eles iam... às vezes eles iam para a serra, às vezes voltavam para pegar o caminho de Lagoa Vermelha e Vacaria, e como meu pai tinha uma casa de comércio, uma casa grande, e na frente tinha uma cantina, e, no fundo, umas grandes estrebarias. Então eles paravam ali, pastavam os animais, acho que eram mulas. E tinha potreiro, um enorme potreiro, que ainda hoje existe. Tem quase uma colônia de potreiro. Então eles largavam os animais ali, e como eram animais mansos, davam pasto, e depois quando chamavam já recolhiam. Ficavam às vezes até dois dias. então nós plantávamos aquela cana e, eles entendiam e falavam em português, a gente entendia. Ele não falava o português, só entendia. Pouquíssimas palavras, ele sabia
Mas com os tropeiros os imigrantes não aprendiam apenas a língua aprendiam também uma nova cultura não ensinavam apenas Segundo o mesmo testemunho:” então iam tomar banho de rio, faziam as comidas deles, preparavam comida para andar, ensinavam minha mãe a fazer charque. “
Mas os tropeiros ensinavam aos colonos mais do como fazer as comidas aa que tudo indica “ negro e caboclo, muito ajudaram, como se derrubava uma árvore e a desdobrá-lo sobre estaleiros. Ensinavam o nome de cada árvore.”
Ensinava ainda a utilização de árvores nativas. Um hábito que os tropeiros introduziram entre os imigrantes foi o do chimarrão. Na região
“Havia quantidade grande de erva-mate. Mas fazia-se roça e derrubava-se. Ás vezes deixava-se um pé ou dois, (...). Mas depois vieram os negros ensinar a fazer erva-mate. Aí, sim, se trabalhou muito e se ganhou um bom dinheiro.”
Com o correr do tempo a erva mate tornou-se um dos mais importantes produtos e exportação regional na primeira metade do século XX Como relembra Júlio Sassi
Nós trabalhávamos, trabalhamos muito anos com erva-mate, exportação de erva-mate, durante 40 anos, exportamos erva prá Argentina, aqui da zona de Caxias, São Francisco, Veranópolis antes Alfredo Chaves.
Era em folha, era em folhas, porque a erva-mate o processo dela era colher, secar em folhas, depois vinha prá nós preparávamos e mandávamos prá Porto Alegre, lá nós tínhamos um depósito, embarcávamos a erva nos vapores da Argentina e dali ia prá Montevidéu e Buenos Aires.
NOVAS FRENTES
A discussão sobre a construção de estradas de ferro no Rio Grande do Sul tem inicio em 1866.Mas só em abril de 1874, foi inaugurado o primeiro trecho que ligava Porto Alegre e São Leopoldo feito pela Porto Alegre & New Hamburg Brazilian Railway Company .Em 1880 teve início a construção da Estrada de Ferro do Paraná em Paranaguá Em 1884 foi inaugurado trecho da estrada de ferro Porto Alegre a Cachoeira que ligaria acapital a Uruguaiana até Cachoeira, no ano seguinte mais um trecho da estrada de ferro Rio Grande – Bagé. .Em 1887: foi o concluida a Quaraí - Itaqui, administrada pela The Brazil Great Southern Railway Company Ltd Em 9 de novembro de 1889, foi iniciada construção da estrada de ferro que ligaria São Paulo ao Rio Grande.
Em 1898 foi assinado o contrato de arrendamento das ferrovias federais no Rio Grande do Sul com a Compagnie Auxiliaire de Chemins de Fer au Bresil Em 1907: foi concluída a ferrovia ligando Porto Alegre – e Uruguaiana a Uruguaiana Transferência da concessão da Estrada de Ferro do Paraná para a Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande, em 5 de abril, e conclusão da ligação entre Santa Maria e Marcelino Ramos em 25 de outubro;.1920: Encampação da Compagnie Auxiliaire de Chemins de Fer au Bresil em 29 de junho, dando início à VFRGS - Viação Férrea Rio Grande do Sul
A linha Porto Alegre-Caxias foi aberta no trecho entre a Capital e São Leopoldo em 1874, como a primeira ferrovia do Estado. Em 1876 foi prolongada até a estação de Novo Hamburgo. Em 1905, a Cie. Auxiliaire assumiu a linha. Apenas em 1909 a linha teve continuação, partindo de Rio dos Sinos, 7 km antes de Novo Hamburgo e chegando até Carlos Barbosa, e, no ano seguinte, até Caxias (Caxias do Sul).
Foi com a estrada de ferro que chegaram mais negros a antiga região colonial italiana.. Os trabalhos de assentamento de trilhos para a abertura da estrada de ferro ligando Porto Alegre a Caxias movimentou o estado propiciando a chegada de trabalhadores de outras regiões, entre eles antigos escravos. Os negros conseguiam trabalho nesta construção .Por outro a obra exigia a derrubada de pinheiros para a fabricação dos dormentes para a estrada de ferro. Os pinheirais eram numerosos na região situada entre Nova Vicenza e Caxias. Na chamada estação Forqueta (hoje bairro de Caxias do Sul) as serrarias eram a principal atividade econômica nelas trabalhavam brancos e negros . Durante muito tempo na pequena localidade negros e colonos, viveram separados.
Os negros moravam nas proximidades da estrada que leva à capela de Santos Anjos um salão funcionava nas proximidades onde se reuniam os negros para beber, jogar cartas e algumas vezes dançar. Outro e salão estava situado próximo da futura estação onde se reuniam os colonos com o mesmo objetivo. Poucos anos depois, em 1933, foi fundada a União Forquetense que reuniu os dois grupos que passaram a ter um espaço comum de entretenimento.
As relações entre brancos e negros não se resumiam ao trabalho. Os negros foram importantes para os colonos por seus conhecimentos de plantas e de chás , “houve curandeiros e curandeiras que eram procurados para tratamento com “garrafadas” de chás, por eles preparados, geralmente, com sete, 13, 15 e até 21 ervas diferentes. Muito se recorreu a benzedores negros, mandingueiros, ou a feiticeiros do campo, conhecedores de ervas, rezas e orações fortes.” Mas entre os europeus existiam também bruxas e bruxos que benziam, rezavam e curavam como os “ giusta ossi “importantes para os desvalidos que quebravam ossos e estavam e excluídos dos cuidados médicos .Com o passar do tempo as duas formas de curar e mesmo as culturas se fundem. Muitos dos terreiros de umbanda atuais em sua maioria são dirigidos por brancos de origem italiana e imigrantes . Hoje a cidade possui mais de 600 terreiros “de batuque” a frente dos quais estão brancos de origem italiana.
Com a vinda do tiro de guerra para Caxias no inicio do século XX ,muitos soldados negros chegaram na pequena cidade
.Em 1922 foi construído o quartel para abrigar na cidade de Caxias do 9º Batalhão de caçadores , que é instalado apenas em 1927. com o objetivo de formar contingente militar na região das “colônias italianas”
.Com a chegada do grupamento militar novos hábitos se instalam nas cidades coloniais, são criados os primeiros centros espíritas e kardecistas, os terreiros de umbanda e a criação do Clube das Margaridas em 1933 e do Clube Gaúcho em Caxias em 1934, visando reunir a sociedade negra que se sentia rejeitada pelos clubes sociais da elite local.Não se pode deixar de observar que com a chegada do exército renascem as bandas de música que infestavam a região ,mas a partir de então com outra conotação , agora como bandas militares.
Uma nova época começa então, ocorrendo o que parecia impensável no final do século XIX, as uniões interétnicas desta forma “apesar da contrariedade dos pais, sempre havia moças casando com brasileiros, com morenos e com negros.” .
A imagem do negro preservada em fotografias de época não tem correspondência com as memórias e histórias escritas onde eles não parecem existir.
MARCANDO PRESENÇA
COLONOS E NEGROS
As colônias oficiais destinadas preferentemente aos europeus que deveriam ser agricultores estavam situadas nos limites dos campos de criação de gado. Nelas era proibida a existência de escravos. Ainda que separados pelo espaço negros e colonos conseguiram estabelecer relações com eles. Muitos auxiliavam a comissão de terras no transporte dos imigrantes e outros traziam produtos das fazendas para vender nas colônias . Nos arquivos históricos da região existem fotografias tanto de tropeiros como de carreteiros negros.
Nas histórias de família regionais fica evidenciada a relação que se estabelecia entre imigrantes e negros . Nos textos o negro tem significado de trabalho duro, "trabalho de negro, de escravo." Ou seja o trabalho similar ao trabalho do imigrante, pois ambos vivem numa " condição de trabalho escravo ou mal remunerado." E ainda como trabalhador mal pago "tinha mesmo para contratar um negro, talvez ex - escravo, para auxiliá-lo numa derrubada." Assim .para o colono o escravo era um mestre no sofrimento e do trabalho na nova terra..
Várias são as alusões de como os negros conheciam o mundo tropical assim "os nativos, negro e caboclo, muito ajudaram, no modo como se derrubava uma árvore e a desdobrá-la sobre estaleiros. Ensinavam o nome de cada árvore ainda e qual delas lascava melhor."
.A natureza do Brasil com seus animais e índios selvagens parecia para os colonos a negação do mundo civilizado europeu. Os negros e indígenas faziam parte deste mundo não civilizado desconhecido para os europeus..
Havia quantidade grande de erva-mate. Mas fazia-se roça e derrubava-se. Ás vezes deixava-se um pé ou dois, (...). Mas depois vieram os negros ensinar a fazer erva-mate. Aí, sim, se trabalhou muito e se ganhou um bom dinheiro.
Apesar da semelhança do trabalho do agricultor e o do escravo entre os dois grupos havia a diferenças não apenas a cor , a língua ,costumes e religião. Os colonos europeus sentiam a diferença cultural dentre a deles a do Brasil e dos brasileiros .Para os imigrantes fazendeiros lusos, funcionários públicos ,os escravos e indígenas aqueles que conheciam a língua e a natureza tropical eram os outros ,todos dos eles sem distinção de classe ou de etnia, pois como nascidos no Brasil eram todos brasileiros .
Era uma época que todas as autoridades eram “brasileiras” e a maioria dos imigrantes sentia-se gente de segunda categoria, não podendo aspirar a ser da “sociedade”. Por outro lado, sentia-se orgulhosa e racista, comparando-se a outras raças ou nacionalidades. Todos os brasileiros eram “negri”, gente que não sabia trabalhar, gente que nem podia pensar em casar com filhos ou filhas de outras raças. Estamos falando dos brancos. Nem é preciso dizer dos negros de verdade. Casar com um negro, com negra? Impensável.
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Como reação à exclusão da sociedade brasileira a que eram submetidos os imigrantes se fecharam dentro de seu grupo, praticando o casamento endogâmico nas duas primeiras gerações. Como o outro os “brasilani “ foram unificados pela cor, sendo chamados sem distinção de” negri “,pois eram mais morenos que os colonos .
As relações entre colonos e escravos se estreitaram com o passar do tempo e pela vizinhança nos campos onde lidavam de um lado da cerca em seu lote colonial lidava na terra como trabalhador livre e do outro lado nos campos do latifúndio labutava o escravo.
Característico é o caso de Ana Rech que acolheu em sua casa uma criança filha de uma escrava que foi deixada durante a noite na porta de sua casa pobre, chamando-a de Maria Joana. Tal caso não deve ser o único, mas foi o único registrado no requerimentos da colônia Caxias, através da qual Ana informa que vai criar a menina .
Ao que tudo indica não eram raros os casos de mães escravas que procuravam livrar seus filhos. Muitas crianças negras aparecem nas fotos do fim do século XIX e inicio do XX aos lado das crianças imigrantes no mesmo trabalho e nas mesmas escolas escolas, sendo as educadas lado a lado. Da mesma forma muitos adultos negros e negras aparecem em fotos junto aos brancos em seu ambiente de trabalho tanto na empresa metalúrgica de Abramo Eberle como na industria vinícola de Luiz Antunes
Em 1884 ocorre a abolição dos escravos na província do Rio Grande do Sul, com isto novas oportunidades de trabalho se abrem na zona conhecida como da” colônia italiana “para os ex- escravos..
Deve-se destacar que o primeiro intendente eleito de Caxias José Cândido de Campos Júnior nomeado pelo presidente do estado do Rio Grande do Sul Júlio de Castilhos ,em 15 de setembro de 1895 , era maçom e mulato.. . Em 7 de dezembro de 1895 ,em oficio dirigido pelo intendente Campos Júnior ao Conselho sugere o aumento da guarda municipal “como deveis saber este município está infestado por pequenos grupos de bandidos que se preparam para alarmar a população local” , sendo este o motivo alegado para solicitar mais verbas para aumento do efetivo da policia . Em 24 de novembro de 1896 foi eleito por voto direto dos caxiense ,sendo reeleito em 23 de setembro de 1900.
Durante sua gestão ocorreram enfrentamentos com o padre italiano Pietro Nosadini, pároco de Caxias. fundador do jornal semanal Il Colono Italiano’, “Bollettino cattolico mensile” (Boletim católico mensal) que se contrapunha ao O Caxiense primeiro jornal fundado da região ,fundado em 1897 sendo ligado ao governo estadual e ligado ao Partido Republicano . Campos Júnior conhecido como Cazuza Campos nasceu em Santo Antônio da Patrulha tendo sua residência em Vacaria para onde se transferiu após deixar o cargo em 1º de julho de 1902 sem concluir seu mandato. Durante seu governo houve lutas políticas regionais entre federalistas e republicanos decorrentes da Revolução Federalista ao que tudo indica estas disputas ocasionaram seu afastamento.
DALL’ ALBA João Leonir Padre. História Do Povo De Ana Rech p. 116
DALL’ ALBA João Leonir Padre. História Do Povo De Ana Rech p. 117
DALL’ ALBA João Leonir Padre. História Do Povo De Ana Rech p. 116
CDOC UCS IE1001-1992 Angelina filha de Antonio De Lazzer e Stela Panigaz De Lazzer nasceu em 15 de agosto de 1915 no Travessão D. Pedro II ( De Lazzer) Casou com Amádio Perini. Em seu depoimento realizado a Sérgio Antônio Periniem 1992 fala sobre a atividade econômica de seu pai:
http://www.estacoesferroviarias.com.br/rs_linhaspoa/esteio.htm
DALL’ ALBA João Leonir Padre. História Do Povo De Ana Rech p. 117
DALL’ ALBA João Leonir Padre. História Do Povo De Ana Rech p. 116